Comissão da Verdade quer divulgar massacre de índios na ditadura

A Comissão Parlamentar da Verdade da Câmara quer tornar público os assassinatos de dois mil índios durante o regime militar, entre os anos de 1972 e 1975. Os índios da etnia waimiri-atroari eram contrários à construção da BR-174, que liga Manaus e Boa Vista e corta a área original da reserva indígena no Amazonas.

A denúncia foi veiculada no jornal A Crítica de Manaus (AM) no dia 8 de abril e levou a Comissão Parlamentar da Verdade à realização de audiência pública nesta quarta-feira (9). A presidente da comissão, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), criticou a ausência da Funai e da Eletronorte, que foram convidadas para participar da audiência. Luiza Erundina reiterou que não se pode esquecer a história desses índios.

“Não dá (para esquecer) porque são minoria – e são minoria exatamente pela forma como os brancos os trataram e como o Estado brasileiro historicamente tem tratado esse segmento da população brasileira – que as coisas se dão dessa forma e sequer chegam ao conhecimento da opinião pública”, afirmou a parlamentar.

O indigenista missionário Egídio Schwade informou que existem documentos do Exército descrevendo ações para assustar os indígenas com o objetivo de concluir as obras da rodovia na época. Egídio Schwade afirmou que esse período da história brasileira ainda é muito nebuloso e precisa ser esclarecido.

Egídio Schwade reclamou da falta de acesso aos indígenas. Ele explicou que as informações que chegam são passadas pela Eletronorte, que coordena o programa waimiri- atroari.

Luiza Erundina informou que vai enviar um requerimento de informação para que a Eletronorte e a Funai enviem dados sobre os índios waimiri-atroari. A comissão vai ouvir na próxima quarta-feira (16) os representantes dos camponeses que também foram vítimas da ditadura militar.

 

Com Agência Câmara

 

 

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