Dipp assegurou que não foram definidas as linhas de trabalho da comissão e nem por onde começarão as atividades. Assegurou, no entanto, que os trabalhos já desenvolvidos por outros órgãos serão aproveitados, como prevê a legislação.
Apesar de a presidente Dilma Rousseff e os integrantes da Comissão assegurarem que terão total liberdade e independência para desenvolver seus trabalhos, a primeiro reunião da comissão contou com a presença dos ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; da Justiça, José Eduardo Cardozo; e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams. Gilson Dipp justificou que a Casa Civil é o órgão responsável por dar apoio à comissão. Sobre a presença dos demais, repetiu: “Estavam apenas nos dando apoio”, acrescentando que apenas informaram que estariam à disposição para ajudar a comissão.
Sobre as diferenças de opinião entre integrantes da comissão em relação a quem deve ser investigado, Gilson Dipp lembrou que a lei cita que “todas as violações dos direitos humanos” e todos que a praticaram devem ser investigados. Outros integrantes do grupo, como o ex-procurador Claudio Fonteles, avaliam que esse processo se restringe apenas aos agentes do Estado. A advogada da presidente Dilma, que também integra o grupo, Rosa Cunha, evitou fazer comentários sobre as divergências do grupo ao sair da reunião no Planalto, justificando que Dipp foi designado para falar, justamente para evitar que isso ocorra.
Dez a 14 cargos comissionados serão criados para que a comissão disponha de corpo de apoio para a realização dos trabalhos. Também não houve discussão em relação ao prazo inicial dos trabalhos da comissão, que é de dois anos.
Gilson Dipp disse ainda que “não teme retaliação de militares nem de ninguém da sociedade”. Ele negou que se incomode com a comissão da verdade paralela dos clubes militares e acrescentou que “este não é um assunto que diga respeito à função da comissão”.
Fonte – Diário do Grande ABC