Diante disso, Celina entrou nos arquivos do Exército, compartilhou a lista e começou a ser criticada por filhos daqueles que receberam a condecoração. A partir de então, teve que justificar, em pelo menos cinco posts, que só tornou público o resultado da pesquisa devido à solicitação de jornalistas e pesquisadores, sem fazer julgamento dos condecorados. “É apenas uma contribuição à pesquisa”, justificou.
O engenheiro carioca Rodrigo Maia, por exemplo, disse que a pesquisadora deveria ter mais cautela, pois seu pai recebeu a condecoração em 1989. Ela lembrou, então, que o período em análise seria o de 1972 a 1975 e quanto à cautela, respondeu que “não se intimidaria com ameaças de nenhum tipo”.
Em favor de Celina, saiu Alba Zaluar, uma das mais respeitadas doutoras de Ciência Política do país e professora visitante de diversas universidades no exterior. Embora destacando que, ao fuçar a lista, tivesse encontrado um primo que se dedica à área de pesquisa nuclear, Zaluar disse que a relação de nomes, vista apenas no período indicado, traz uma lista a ser verificada.
Celina, autora de um dos mais importantes livros sobre a ditadura militar — Os anos de chumbo: a memória militar sobre a repressão, coorganizado com Celso Castro e Gláucio Soares —, acredita que qualquer contribuição para esclarecer a verdade deve ser prestada. A medalha do Pacificador foi criada pelo Exército em agosto de 1953, como evocação às homenagens prestadas a Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, por ocasião dos 150 anos de seu nascimento. Desde então, passou a ser a comanda conferida pelo Exército aos militares que se destacam em seus quadros e aqueles a quem o comando da corporação acredita prestar serviços valorosos ao Brasil.
Fonte – Correio Braziliense