O ex-delegado Cláudio Guerra visitou locais onde supostamente enterrou corpos de pessoas assassinadas na ditadura
Brasília – Dois vídeos divulgados essa semana mostram os locais onde supostamente militantes de esquerda foram incinerados e mortos pelo ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Político Social) do Espírito Santo, Cláudio Guerra. Os cemitérios clandestinos são citados por Guerra no livro “Memórias de uma guerra suja”.
Um dos cemitérios apontados por Guerra é uma mata fechada próxima à Belo Horizonte, onde ocorreu a execução do integrante do Partido Comunista Brasileiro (PSB), Nestor Veras, desaparecido desde abril de 1975. Segundo Guerra, Veras foi executado neste matagal. “Ele estava muito quebrado. O braço estava fraturado. Eu tinha uma determinação: o corpo não poderia aparecer”, diz Guerra. “Eu dei um tiro de misericórdia, ele estava morrendo mesmo”, complementou.
O outro vídeo mostra os fornos da Usina Cambahyba, em Campos dos Goyatacazes, no Rio de Janeiro, onde militantes de esquerda supostamente foram incinerados. Guerra é acompanhado por um homem que se diz funcionário do local. A visita aconteceu dia 17 de abril, ao lado de membros da Polícia Federal (PF) e do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Neste forno, pelo menos dez militantes de esquerda foram incinerados conforme o depoimento de Guerra.
O suposto assassinato de militantes de esquerda no Rio de Janeiro está sendo alvo de um inquérito criminal impetrado pelo Ministério Público Federal (MPF). Em Minas, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), disse ser favorável à uma investigação sobre o desaparecimento de militantes de esquerda na capital.
Fonte – IG