O Festival Cinema Pela Verdade que vai passar por 81 universidades das 27 capitais, exibindo filmes que falam sobre a ditadura militar (1964-1985)
Produções cinematográficas recentes vão ajudar jovens universitários a refletir sobre um período que não viveram. Isso pode feito participando do Festival Cinema Pela Verdade que vai passar por 81 universidades das 27 capitais, exibindo filmes que falam sobre a ditadura militar (1964-1985). Após as exibições, haverão debates com as equipes responsáveis por algumas das produções.Segundo a coordenadora da mostra, Júlia Motta, a instalação da Comissão da Verdade, que deverá investigar os crimes contra os direitos humanos no período, faz com que seja importante repensar esse momento histórico. Além disso, ela explicou que a exibição de filmes brasileiros também tem o objetivo de “tentar formar um público para as produções nacionais, mais crítico e participativo”.
Com esse objetivo, foi escolhidos um aluno em cada cidade para atuar como mobilizador e conduzir as atividades local. “A ideia é que não fossem apenas estudantes de comunicação, para formar uma rede cultural de várias disciplinas”, ressaltou.
Em São Paulo, o mobilizador é o estudante de geografia Antonio Villela que acha a temática do festival “naturalmente” atraente para os jovens, “até pelo momento histórico que a gente vive”. Para Villela, a exibição dos filmes e os debates dentro das universidades ajudam a aprofundar a discussão sobre o período da ditadura militar.
Entre os filmes do festival, o preferido de Villela é o documentário Hércules 56, dirigido por Silvio Da-Rin e lançado em 2006. “[O filme] coloca o outro lado de um evento que a gente conhece por outros veículos, romantizado”, diz em referência ao sequestro do embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, em 1969. O refém foi usado para conseguir a liberação de prisioneiros políticos.
Serão exibidos ainda outros dois documentários: Cidadão Boilsen, que conta a história de um empresário que ajudou a financiar a Operação Condor, sobre a cooperação entre as ditaduras latino-americanas para caçar opositores.
A primeira sessão na capital paulista está marcada para o dia 11 de junho, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Haverá também exibições na Universidade de São Paulo (USP), Universidade Mackenzie e Faculdade de Engenharia São Paulo (Fesp).
Fonte – Agência Brasil.