Governo já pagou 650 reparações por violações no regime militar. Presidenta Dilma é uma das que receberão R$ 20 mil
A presidenta Dilma Rousseff e mais 119 vítimas da ditadura militar foram homenageadas ontem em cerimônia de reparação aos presos políticos no Estado do Rio, no Estádio Caio Martins, em Niterói. O local foi escolhido por ter sido um dos primeiros centros esportivos a concentrar militantes detidos durante a repressão.O evento foi realizado pela Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos e contou com a presença do secretário da pasta, Rodrigo Neves, e do chefe de gabinete da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Bruno Monteiro, que representou a ministra Maria do Rosário.
Dilma não compareceu,mas já havia firmado o compromisso de doar a indenização de R$ 20 mil à qual tem direito — como todos os outros reparados — ao grupo ‘Tortura Nunca Mais’. A presidenta fez parte da luta armada contra o regime militar na organização VAR-Palmares e foi transferida de uma prisão em São Paulo para o Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na Polícia Especial do Exército, no Rio.
Desde que foi criada a lei estadual de reparação, em 2001, o estado recebeu 1.113 pedidos de indenização. Deste total, 895 já foram deferidos e 650 já foram pagos.
“É um pedido simbólico de desculpas aos que lutaram pela democracia. A comissão estadual é importante para que atuais e futuras gerações compreendam o que aconteceu e também vai contribuir com a Comissão da Verdade”, disse Rodrigo Neves.
Ontem, o ministro da Defesa, Celso Amorim, anunciou a abertura dos documentos das Forças Armadas para auxiliar os trabalhos da Comissão da Verdade, instalada no mês passado para investigar violações aos direitos humanos entre 1946 e 1988.
Um dos reparados pelo Estado, o psicólogo Marcius Carvalho, 66, luta pela abertura dos arquivos da ditadura. “O mais importante é que a Comissão da Verdade resgate nossa história, o que ainda não foi feito”, afirmou.
Fonte – O Dia Online