Segundo o texto, o homem cujas fotos depois de morto foram divulgadas no sábado, 7 de julho, integrou na ilha, sob o codinome Joaquim, uma das turmas de treinamento de guerrilha da ALN (Ação Libertadora Nacional), organização fundada pelo ex-deputado pelo PCB Carlos Marighela. As fotografias mostram o cadáver de Berbert em Natividade, hoje no Estado de Tocantins. Depois da publicação da reportagem, a Comissão da Verdade, criada para investigar crimes contra direitos humanos ocorridos de 1946 a 1988, decidiu reabrir as investigações sobre o paradeiro dos restos mortais do guerrilheiro. Foi a primeira iniciativa desse tipo tomada pelo órgão, que começou a trabalhar em maio.
O III DA ALN
O documento do CIE é parte do acervo do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) carioca guardado no Aperj. O texto aponta que oito dos 12 mortos eram do “III Exército da ALN”, nome dado a uma das turmas do curso de guerrilha – são citadas quatro. O detalhamento do relatório – com codinome de cada guerrilheiro na ilha, nomes de quase todos, período do treino (maio a dezembro de 1970, no caso do III Ex), turma (são citadas quatro), situação (morto, foragido, preso ou banido) e até cursos específicos que só alguns frequentaram (explosivos, enfermagem)- levantou suspeitas entre ex-ativistas. Para alguns sobreviventes da organização, havia um agente infiltrado, presumivelmente da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês) em Cuba, delatando-os.
O III Ex da ALN teve características especiais. Seus integrantes formaram o “Grupo dos 28”, que rachou com a organização e formou o Molipo (Movimento de Libertação Popular), dizimado ao tentar se instalar no Brasil.
Fonte – Agência Estado