Procuradoria do Chile descobre conta secreta de filha de Pinochet nos EUA

Autoridades estimam fortuna do ditador em 26 milhões de dólares. Desse total, apenas seis milhões possuem origem comprovada

 

Em mais um desdobramento das investigações que buscam a origem da fortuna do ex-ditador Augusto Pinochet, o Ministério Público do Chile anunciou que descobriu uma conta bancária não declarada nos Estados Unidos em nome de sua filha mais velha, Inés Lucía Pinochet Hiriart.

O anúncio foi feito pelo Twitter da Procuradoria do Chile, que garantiu que “notificará o Poder Judicial sobre a descoberta” dessa conta bancária. Em entrevista à agência AFP, um funcionário do órgão revelou que a descoberta foi feita pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que, logo em seguida, comunicou as autoridades chilenas. Não há informações sobre os fundos que Lucía mantinha no país.

Um dossiê será enviado ao juiz Mario Carroza para que os novos dados sejam agregados ao conjunto da investigação. Há suspeitas de que a fortuna de Pinochet chegue à marca dos 26 milhões de dólares. Até o momento, apenas seis milhões de dólares foram justificados, por meio da identificação de reservas da família e da posse de 25 imóveis.

O jornal chileno La Tercera teve acesso a Carroza, que disse que “serão realizadas diligências para estabelecer a veracidade dos fatos” e ouvidos “depoimentos das pessoas vinculadas a estas contas”.

As investigações começaram em 2004, quando autoridades chilenas descobriram a existência de dezenas de contas bancárias que Augusto Pinochet mantinha ocultas em instituições financeiras norte-americanas como o Riggs Bank de Washington. No final de 2007, Lucía, sua mãe e seus quatro irmãos acabaram presos sob a acusação de “desvio de recursos públicos”. Pouco depois, a Suprema Corte decretou a liberação de todos. No último dia 4 de julho, autoridades abriram o testamento de Pinochet, que priorizava a entrega de bens a Lucía, mas não apresentava maiores detalhes sobre quantias e valores.

O regime de Pinochet deixou mais de três mil pessoas mortas ou desaparecidas. O ditador contudo, morreu sem qualquer condenação sobre acusações de violação dos direitos humanos no Chile.

 

 

Fonte – Opera Mundi

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