Contribuição para a Comissão da Verdade Por Maria Joseita Silva Brilhante Ustra 14/07/2012 Responsável pelo sitewww.averdadesufocada.com
A APML embora propalando a fantasiosa estratégia de guerra popular, através da tática baseada na unificação política dos assalariados, foi uma das mais nocivas organizações subversivas atuantes no país.
Cláudio Fonteles é um dos membros da Comissão da Verdade. Carioca, nasceu em 1946..Reside em Brasília. É Católico. Ingressou no Ministério Público em 1973. Exerceu o cargo de Procurador-Geral da República de 2003 a 2005, no governo Lula. Atuou politicamente como secundarista e universitário, tendo sido membro da AP – Ação Popular-, movimento estudantil ligado à esquerda católica que comandou a UNE na década de 60.Desde o início, a APML foi formada por um grupo de católicos impedidos de exercer atividades políticas no seu meio, que se agrupou e se estruturou dentro de novas concepções. Despertados pelo ideal da “Revolução Brasileira”, organizaram um novo grupo, que contava, em sua grande maioria, com universitários, intelectuais e artistas. Entre esses radicais, um ramo era da linha protestante. Um dos seus líderes foi Paulo Stuart Wright. Esse grupo, sempre caminhando para a esquerda, orientando-se pela linha chinesa e cada vez mais se aproximando do PCdoB, tornou-se dia a dia mais radical.
Em janeiro de 1962 , em São Paulo, foi criado o grupo de Ação Popular. Em junho desse mesmo ano,em Belo Horizonte, foi aprovado um documento alterando o nome da organização para Ação Popular , sendo eleita sua Coordenação Nacional
Em fevereiro de 1963 foi realizado o I Congresso da AP, considerado oficialmente como o seu Congresso de Fundação. Seus principais fundadores, na maioria líderes estudantis, foram: Herbert José de Souza (Betinho); Aldo Arantes; Luís Alberto Gomes de Souza; Haroldo Borges Rodrigues Lima; Cosme Alves Neto; Duarte Pereira; Péricles Santos de Souza; Vinícius Caldeira Brandt; Jair de Sá; e José Serra. Antes de 1964 já circulava o jornal Ação Popular, porta-voz das idéias revolucionárias do movimento.Todos teriam papel de destaque nos atos de subversão e violência no período pós Contra-Revolução de 1964.
A Ação Popular (AP), desde os anos 60, controlava 65% dos diretórios acadêmicos. A partir de 1961, elegera, sucessivamente, Aldo Arantes, Vinícius Caldeira Brandt e José Serra para presidentes da UNE, apoiada pelo PORT e pelo PCB. Preparavam a juventude para a “Revolução Brasileira”.
Após a Contra-Revolução, recursos continuavam vindo de Moscou e repassados à UNE. Apesar da clandestinidade, grupos de estudantes, militantes profissionais, atuavam junto às massas, ministrando cursos em que distribuíam leituras altamente subversivas. A influência de Che Guevara, Fidel Castro e sua revolução era cada vez maior no meio estudantil. Alguns fugiram e do exterior continuavam a atuar no Brasil, por meio de “pombos-correios”.
Seus dirigentes, em maioria, preparados na Academia Militar de Pequim, em nenhum momento deixaram de buscar formas de agitação e propaganda dos mais variados tipos, visando provocar a substituição do regime brasileiro por outro de molde comunista.
Suas vinculações com organizações semelhantes, no Brasil e no exterior, já eram bastante conhecidas. Registrava-se inclusive a presença de seu Secretário político no Chile, onde participou do planejamento global de movimentos maoistas para a América do Sul.
Registram-se, também, conferências de elemento dirigente de organização chilena, realizadas em São Paulo.
A mobilidade de seus “quadros” e militantes, como também o seu número sempre crescente, de novos adeptos foi fator preponderante no tipo cuidadoso de combate que lhe é oferecido.
Suas divisões políticas internas eram tantas que realizavam ações radicalizadas, a fim de buscarem, indiretamente, um comando mais fácil e imediato sobre seus partidários, militantes ou não, que se encontravam em fase de “ampliação” ou “redefinição”.
Foi a organização que praticamente iniciou as ações terroristas no Brasil, em 1966 com o atentado a bomba no Aeroporto de Guararapes , em Recife, ato considerado como o início da luta armada.
Consideradas as teses da “solidariedade revolucionária latino-americana” e mais o que apregoavam em termos de princípios da revolução proletária mundial, a AP obtinha apoio financeiro de outras origens que não somente a chinesa.
As razões maiores da corrente que apregoava a “Guerra Popular Ativa e Imediata”, ao mesmo tempo em que a “unificação” com o PCdoB, podem ter sido motivadas pelo estágio de preparação para-militar desenvolvida pelo PCdoB.
A AP tratou de instalação no Norte-Nordeste de “áreas” semelhantes às do PCdoB. Dentro de seu “Plano de Prioridades”, cujos detalhes foram considerados como os grandes segredos da organização – foram estabelecidas duas “áreas” de localização destinadas ao trabalho exclusivo do “Movimento Camponês”.
Membros dirigentes da APML
Aldo de Souza Arantes – GO
Euler Ivo Vieira – GO – Curso na Academia Militar de Pequim
Duarto Brasil do Lago Pacheco Pereira – BA
Haroldo Rodrigues Lima – BA
Herbert José de Souza – MG – Contatos na Russia, Cuba e China
Jair Ferreira de Sá – MG – Curso na Academia Militar de Pequim
João Batista Franco Drumond – MG
José Fidelis Augusto Sarno – BA – Contatos frequentes em Cuba – Delegado do Brasil na Organização Continental Latino-americana de Estudantes – OCLAE,com sede em Cuba
José Luiz Moreira Guedes – MG
José Milton Ferreira de Almeida – BA
José Renato Rabelo – Curso na Academia Militar de Pequim
Manoel Conceição Santos – MA – Curso na Academia Militar de Pequim
Maria José Jaime – GO – Curso na Academia Militar de Pequim
Paulo Stwart Wright – SC – Cursos em Cuba e na Academia Militar de Pequim
Pericles Santos de Souza – BA –
Rogério Lustosa – MG
Ronald Cavalcanti Freitas – Curso na Academia Militar de Pequim
Raul Soares Frazão – MA – Curso na Academia Militar de Pequim