Reunindo anistiados potiguares e convidados, a solenidade celebrou a luta pela Anistia. O Dia Municipal da Anistia foi criado através da lei de autoria do vereador George Câmara e institui o dia 28 de agosto, no âmbito do Município de Natal, como Dia Municipal da Anistia, em homenagem a todas as vítimas do regime militar, no período de 1964 a 1985. Após sanção da prefeita, a data constará no calendário oficial de eventos do Município de Natal e ficará facultada à Câmara Municipal de Natal a realização anual de sessão solene, no dia 28 de agosto ou nos dias úteis subsequentes, a responsabilidade em homenagear Natalenses que tenham se destacado na luta pela anistia e em defesa dos direitos da dignidade humana.
Durante a solenidade, George Câmara enalteceu a necessidade de que seja resgatado o debate histórico do período no qual o Brasil foi governado pelos militares. “É preciso que se conheça a história, é importante que as futuras gerações saibam o que realmente ocorreu na história brasileira, principalmente desse período”, disse George Câmara, que também comemorou a aprovação da Lei da Anistia, comeorada nacionalmente no dia 29 de agosto e, em Natal, no dia 28 de agosto. A lembrança municipal, inclusive, foi proposta pelo vereador George Câmara.
Também presente à solenidade, o presidente da Associação dos Anistiados Políticos do RN, Mery Medeiros, disse que a sessão relembrou um marco histórico da luta por liberdade no Brasil. Para ele uma sessão solene dessa natureza “revela um resgate notável da memória popular contra o regime militar no país”.
O anistiado potiguar coloca a importância de se celebrar um dia especial em homenagem a todos aqueles que foram privados da liberdade e do convívio familiar. “Teve gente que foi exilada, detida e impedida de opinar. Nas universidades, os estudantes não podiam debater e os movimentos sociais foram proibidos de se organizar. Sem falar naqueles que perderam o emprego e foram cerceados”, esclarece Mery.
Apesar do desabafo, Mery Medeiros disse que o objetivo dos anistiados nunca foi o revanchismo. O objetivo é fazer com que a história seja conhecida por todos. “É um ato de bravura, e não de revanchismo. É uma noite de heroísmo e de reconhecimento da história”, avaliou.
Fonte – Câmara Municipal de Natal