Os autores da obra são oriundos da Turma Monte Castelo, da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), de dezembro de 1956. Ambos são egressos da Arma de Artilharia e, em 1964, eram capitães. Um deles foi reformado compulsoriamente por ato do presidente Castelo Branco, de 7 de outubro de 1964, no apagar das luzes do Ato Institucional nº 1, juntamente com outros 494 militares.
Já o outro não foi atingido por Ato Institucional, tendo sido conduzido, no dia 3 de abril de 1964, sob forte escolta, à Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, e recolhido, incomunicável, durante 36 dias, a um navio-presídio da Marinha de Guerra (Princesa Leopoldina), fundeado na Baía de Guanabara.
Este oficial, que foi levado ainda a outras prisões, posteriormente, é o tenente-coronel Gastão Rúbio de Sá Weyne, nascido em Fortaleza. Ele é engenheiro químico e bacharel em Direito e em Matemática. Doutorou-se em Engenharia Química e em Direito. Tem pós-doutorado em Engenharia Química, pela Universidade de Londres. É professor-pesquisador da Universidade de São Paulo.
O outro autor é piauiense. Trata-se do professor Jônathas Nunes, coronel reformado do Exército. Ele é PhD em Física pela Universidade de Londres e bacharel em Direito. É também professor aposentado da Universidade Federal do Piauí e membro da Academia Piauiense de Letras. Foi reitor da Universidade Estadual do Piauí e deputado federal.
O livro de Jônathas Nunes e Gastão Weyne será lançado em São Paulo no próximo mês, mas já chamou a atenção da mídia nacional, que está revisitando 64 nas pegadas da Comissão da Verdade. Jônathas Nunes viaja na próxima quarta-feira ao Rio de Janeiro para ser entrevistado na Rede Globo sobre o seu novo livro, que classifica 64 como uma tragédia.