REPÓRTER VLADIMIR NETTO: A resolução foi publicada hoje no Diário Oficial. Por unanimidade, os integrantes da Comissão da Verdade decidiram que só vão investigar violações de direitos humanos cometidas durante o regime militar por agentes de Estado, como militares e policiais. A resolução delimita qual será o trabalho da Comissão. Desde antes de ela ser criada, havia pressão de alguns grupos de militares da reserva para que a investigação fosse ampliada e alcançasse também grupos de esquerda. Mas para os integrantes da Comissão, o objetivo sempre foi esclarecer o que o Estado fez contra o cidadão.
INTEGRANTE DA COMISSÃO DA VERDADE/CLÁUDIO FONTELES: Então a Comissão Nacional da Verdade marcou com muita clareza, dentro dos parâmetros legais, que todos nós devemos obediência, o quê? Que a missão dela é apurar exclusivamente as condutas dos agentes públicos que violaram gravemente os direitos da pessoa humana.
REPÓRTER VLADIMIR NETTO: Para os militares da reserva, a decisão da Comissão é equivocada.
ASSESSOR DO PRESIDENTE DO CLUBE MILITAR/GENERAL CLÓVIS BANDEIRA: Seus membros são notórios admiradores da esquerda, não têm a isenção necessária para investigar a verdade. Na verdade eles já sabem a verdade deles qual é, querem apenas coletar argumentos para reforçar a verdade que eles já têm. Tanto que eles só vão ouvir um lado da história e não vão ouvir o outro porque já decidiram quem é bandido e quem é mocinho.
REPÓRTER VLADIMIR NETTO: Mas não é o que pensa a presidente do grupo tortura Nunca Mais, fundado por iniciativa de ex-presos políticos.
GRUPO TORTURA NUNCA MAIS/VICTORIA GRABOIS: Nós, os opositores do regime militar, nós não cometemos crime. Nós lutamos pela democracia e usamos todas as formas e meios de lutar pela democracia.