A resolução foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (02). Intenção é manter articulação com estados para acelerar investigações
A Comissão Nacional da Verdade fará parcerias com comissões dos estados para “aprimorar as investigações”. A intenção é manter articulação permanente com as comissões estaduais com o mesmo propósito. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (02).A Comissão tem o objetivo de apurar as violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988 no Brasil, período que inclui a ditadura militar.
Nesta segunda-feira (1), a Comissão Nacional celebrou um acordo com a Comissão Estadual da Verdade do Rio Grande Sul. Em audiência pública prevista para o dia 13 de novembro, as comissões irão assinar um termo de cooperação técnica e ouvirão depoimentos de vítimas da repressão.
Segundo Rosa Cardoso, advogada integrante da Comissão Nacional, a comissão vai ajudar a comissão estadual a obter documentos e convocar os depoentes.
“Nós vamos emprestar os poderes da Comissão Nacional sempre que necessário”, disse. Após o fim das investigações, todo o material apurado pelo estado será encaminhado à Comissão;
Rosa Cardoso, que também é a coordenadora do grupo de trabalho da Comissão Nacional responsável pelas investigações da Operação Condor, foi a Porto Alegre e se encontrou com Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, um dos maiores especialistas sobre a Operação no Brasil.
Krischke afirma que apesar de a aliança das ditaduras do Cone Sul ter oficialmente começado em 1975, ações ao estilo da Condor já aconteciam desde dezembro de 1970, quando aconteceram as primeiras ações conjuntas de dois ou mais países do bloco para sequestrar opositores.
A Operação Condor foi uma aliança formada em 1975 entre governos militares do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia, que tinha o objetivo de reprimir e prender grupos que se opunham às ditaduras nesses países
O grupo de trabalho da Operação Condor, que passou a vigorar desde o dia 25 de setembro, irá investigar casos de graves violações de direitos humanos, como torturas, mortes, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres, além de identificarem e tornarem públicas as estruturas, locais, instituições e circunstâncias de onde essas violações aconteceram.
Fonte – Jornal Extra Alagoas