Famílias chilenas denunciam descaso da Justiça sobre vítimas da ditadura

O Grupo de Familiares de Executados Políticos do Chile (AFEP, sigla em espanhol)  denunciou a “negação da justiça” por parte do governo chileno em relação aos casos de vítimas da ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990).    

Em um comunicado público, a AFEP assegurou que o vice-ministro do Interior, Rodrigo Ubilla, teria em seu poder mais de uma centena de processos por violações dos direitos humanos na ditadura “que tem se negado a assinar”.

Segundo o comunicado, Ubilla se comprometeu com a organização a apresentar os processos em uma reunião no dia 27 de julho.

“Com esta atitude fica claro que esperam que morram os vitimados, testemunhas e os familiares. Esta é a forma soterrada de impor a impunidade no nosso país”, defende o documento.

A presidente da AFEP, Alicia Lira, denunciou também que o governo do presidente de direita Sebastián Piñera, não entregou os informes sobre as últimas qualificações das vítimas, onde se reconheceu 25 executados do Estado, nem ao grupo e nem a seus familiares diretos. A dirigente enfatizou que há um desconhecimento total de quem são estas vítimas.

A AFEP apresentou em 31 de outubro passado 91 pedidos ante a Corte de Apelações de Santiago, medida que “não só busca conseguir a justiça negada, mas também avançar na reparação social e política de todas as mulheres, homens e crianças que foram assassinados pelo terrorismo de Estado instaurado pela ditadura militar”.

 

Fonte – Jornal do Brasil

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