Cerca de 30 requerimentos de anistia política de familiares de ex-presos e perseguidos políticos pela repressão serão julgados na quinta-feira pela Caravana da Anistia do Ministério da Justiça, que virá pela segunda vez a Minas, agora na Faculdade de Direito da UFMG. Entre os nomes da lista estão os de Arnaldo Cardoso Rocha, ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), morto em emboscada do DOI/Codi; de José Roberto Gonçalves de Resende, ex-militante da Colina, Var-Palmares e VPR, que ficou 10 anos na cadeia até morrer em 2000, e de Renato Godinho Navarro, ex-militante da AP e ex-reitor da Ufop, que sofreu aneurisma vascular cerebral (AVC) e estará presente ao julgamento.
As obras do Memorial da Anistia devem começar em 13 de dezembroO movimento já percorreu 20 estados em 64 caravanas. Ao todo, são 60 mil casos analisados. Na cerimônia de abertura, na quinta-feira, deve ser anunciado o cronograma do Memorial da Anistia, que será erguido no prédio da antiga Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG, na Rua Carangola, no BairroSanto Antônio. Segundo o deputado Nilmário Miranda (PT), parte da verba já foi liberada, as licitações já foram feitas e as obras devem começar em 13 de dezembro.
“É importante o julgamento dos anistiados deixar as paredes de mármore dos tribunais e ir ao encontro da população”, afirma o deputado, que atuou como relator do caso do cabo Anselmo. Em maio, foi negado o pedido de reparação de R$ 100 mil ao ex-marinheiro José Anselmo dos Santos, de 70 anos, mais conhecido como cabo Anselmo. Esse foi o primeiro julgamento que tratou de um agente duplo. O assunto aguardava decisão desde 2004, quando cabo Anselmo protocolou o pedido de anistia, alegando que, antes de colaborar com o regime, na década de 1970, foi perseguido, preso e exilado, na década de 1960.
Em outubro, a Caravana da Anistia esteve na PUC Minas em Betim e anistiou sete pessoas perseguidas pela ditadura.
Fonte – Estado de Minas