Filha de Rubens Paiva chora ao receber documento histórico em cerimônia em Porto Alegre

Acervo da ditadura militar foi entregue pelo governador Tarso Genro no Palácio Piratini

Às 14h15min desta terça-feira, o governador Tarso Genro repassou às mãos da psicóloga Maria Beatriz Paiva Keller, 52 anos, uma cópia do registro oficial da prisão do pai dela, o ex-deputado Rubens Paiva, no Destacamento de Operações e Informações — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), no Rio de Janeiro, em 1971. Emocionada, Maria Beatriz chorou ao ler o documento, tornado público por Zero Hora em primeira mão.

Maria Beatriz Paiva Keller recebeu uma cópia do registro oficial da prisão do pai no DOI-Codi – Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS

O documento é histórico porque confirma a entrada de Paiva no quartel onde foi torturado e, possivelmente, morto. Até então, existiam apenas relatos verbais da presença do político e empresário no DOI-Codi, naquele que se transformou em um dos episódios mais emblemáticos da ditadura militar (1964-1985).

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O corpo de Paiva, deputado federal cassado pelo golpe militar em 1964, jamais apareceu. Na época, o Exército chegou a divulgar uma nota informando que o deputado teria sido resgatado por um grupo guerrilheiro de esquerda durante a transferência dele entre quartéis no Rio.

O documento fazia parte do arquivo pessoal do coronel da reserva Julio Molinas Dias, 78 anos, assassinado a tiros, em Porto Alegre, em uma possível tentativa de assalto na noite de 1º de novembro, quando ele chegava de carro em sua casa no bairro Chácara das Pedras.

O arquivo original do acervo de Molinas Dias, contendo, também, detalhes sobre uma manobra para ocultar a responsabilidade militares no atentado no Riocentro, em 1981, foi repassado ao coordenador interino da Comissão Estadual da Verdade, Aramis Nassif. Uma cópia da documentação foi entregue ao presidente da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fonteles.

Fonte – Zero Hora

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