Em sessão solene no Plenário às 15h, serão devolvidos, simbolicamente, os mandatos populares dos 173 deputados federais cassados pela ditadura militar, dos quais somente 28 estão vivos.
A homenagem é uma iniciativa da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, criada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Presidida pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP), a comissão foi instalada em março de 2012 para fornecer informações e fiscalizar os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. Foram os seus integrantes que sugeriram a homenagem aos 173 deputados federais cassados por atos de exceção, entre 1964 e 1977, sem o devido processo legal.
Entre os homenageados estão Bernardo Cabral, Lígia Doutel de Andrade, Plínio de Arruda Sampaio, Almino Afonso, Marco Antonio Tavares Coelho e Ney Maranhão.
Nem todos os parlamentares ainda vivos poderão comparecer à sessão solene e serão representados por familiares, assim como os que já morreram, como é o caso de Márcio Moreira Alves.
Durante a sessão solene, que terá rito de sessão de posse, serão entregues aos ex-deputados ou a seus familiares documento em forma de diploma e broche de uso parlamentar.
Também será exibido documentário produzido pela TV Câmara que evidencia os prejuízos trazidos ao país pelo fechamento do Congresso Nacional durante a ditadura e pela cassação dos mandatos parlamentares, numa reflexão sobre o papel primordial da representação política na democracia brasileira.
Na mesma data, logo após a sessão solene, será inaugurada a exposição Parlamento Mutilado: Deputados Federais Cassados pela Ditadura de 1964. E também será lançado livro de mesmo título, de autoria dos consultores legislativos Márcio Rabat e Débora Bithiah de Azevedo, publicado pela Edições Câmara.
Montada no corredor de acesso ao Plenário e no Hall da Taquigrafia, a exposição reúne imagens que retratam os momentos mais tensos vividos pelo Congresso Nacional entre 1964 e 1985.
O destaque da mostra é o painel A verdade ainda que tardia, do artista plástico Elifas Andreato, que compôs uma visão sobre a repressão e a resistência nos chamados “Anos de Chumbo”.
Fonte – Tribunal da Bahia