A ação, chamada de Operação Mosaico, levou à prisão dos suspeitos, três homens e uma mulher, que foram encaminhados ao 20º DP de Porto Alegre. Foram apreendidas ainda armas, celulares, computadores e munição.
O crime ocorreu no dia 1º de novembro, por volta das 21h. O coronel Molinas Dias foi abordado quando entrava em casa, em um bairro da zona norte da capital gaúcha. De acordo com a Polícia Civil, o coronel foi morto em uma tentativa frustrada de roubo das armas que mantinha em sua casa.
Molinas Dias comandou o DOI-Codi –braço repressor do regime militar (1964-1985)– no Rio de Janeiro na época do episódio Riocentro, nos anos 1980.
Ele mantinha um acervo de documentos da época, que foram entregues por sua família à polícia para tentar auxiliar nas investigações do homicídio. Para a polícia gaúcha, não há relação entre a morte do coronel e sua atuação durante o ditadura militar.
Entre os documentos que eram mantidos por Molinas Dias há um termo do Exército que confirma a apreensão de objetos pessoais do ex-deputado federal Rubens Paiva no DOI-Codi, além de relatos sobre o atentado do Riocentro de 1981.
O termo é a primeira prova documental de que Paiva esteve nas dependências do DOI-Codi antes de seu desaparecimento, em 1971. O ex-deputado federal foi levado de casa por agentes da ditadura e nunca mais foi visto. Até hoje não se sabe como ou quando ele morreu. Seu corpo nunca foi encontrado.
Ocorrido em 1981, o atentado do Riocentro teria sido cometido por militares contrários à abertura do regime, promovida pelo então presidente João Figueiredo (1979-1985).
Uma bomba explodiu acidentalmente dentro de um carro em que estavam dois militares, durante show em comemoração ao Dia do Trabalho. Um dos ocupantes do carro, o sargento do Exército Guilherme Pereira do Rosário, morreu devido à explosão.