Foi o caso de um presidente eleito que teve o mandato cassado e hoje é aliado dos “companheiros”. “Elle” mesmo, Fernando Collor de Mello. Na ocasião, o “Caçador de Marajás” conclamou a população a usar verde e amarelo em apoio a seu governo. Foi um rotundo fracasso.
Na época da ditadura, os generais inventaram a história de que quem não amasse o Brasil, deveria abandoná-lo. Queriam o apoio incondicional dos brasileiros num período de tortura e assassinato dos que ousavam discordar.
Agora vem a ex-guerrilheira Dilma — torturada na época dos generais — com a mesma conversa. É lamentável que uma presidente da República pregue a divisão ao afirmar, em cadeia nacional de rádio e TV, que “aqueles que sempre são do contra, vão ficar para trás”.
É uma postura político-partidária que não combina com um presidente da República, um governador, um prefeito. Como aconteceu no primeiro mandato de seu criador, Luiz Inácio Lula da Silva, em que a primeira-dama Marisa Letícia mandou esculpir a estrela do PT nos jardins do Palácio da Alvorada. E este é apenas um exemplo simbólico de como funciona a cabeça da “companheirada” diante do bem público.
A reação de Dilma Rousseff lembra o de mandatários de outras nações consideradas “republiquetas” pelo o resto do mundo, como Argentina e Equador.
Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner aproveitou um erro monumental do jornal espanhol El País, que publicou na primeira página uma foto falsa do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para destilar veneno contra a liberdade de imprensa. Algo que os petistas adorariam cercear por aqui.
No Equador, o presidente Rafael Correa conseguiu aprovar uma lei para limitar o trabalho das empresas de comunicação durante as eleições, no ano passado. Elas ficaram impedidas de emitir opiniões, preferências eleitorais ou teses políticas, por exemplo.
Como toda esperteza de político, a de Dilma Roussef é seletiva, claro. Não falou que a manobra para baixar o preço da energia elétrica custará a bagatela de R$ 8,46 bilhões neste ano aos cofres públicos.
Igualmente, Dilma não abordará a inflação fora de controle nem falará que o governo arrancou do bolso dos cidadãos na forma de impostos um valor recorde em 2012. A presidente também não disse nem comentará que a conta de energia mais barata será neutralizada pelo aumento no preço dos combustíveis que virá brevemente.
Trabalhadores e empresas recolheram no ano passado R$ 2,8 bilhões por dia. É o equivalente a R$ 117,5 milhões por hora. Foi a maior arrecadação da história, totalizando R$ 1,3 trilhão durante 2012.
Essa montanha de dinheiro vai para onde? Para o roubo puro e simples e para bancar uma pesada e ineficiente burocracia que os “companheiros” aumentaram também de forma histórica.
Então, Dilma Roussef teria muito o que fazer como presidente de todos os brasileiros antes de ir à TV para atacar quem não concorda com os desmandos de uma década de governo petista. O que, aliás, nunca deveria fazer como ocupante dos palácios do Planalto e da Alvorada.
Países que não são exemplo para ninguém no mundo é que costumam ter líderes que dividem a população entre “nós” e “eles”. Seja em termos partidários ou em questões religiosas.
Lamentavelmente, mais um passo atrás da presidente Dilma e de seu partido, o PT.
Fonte – SRZD