Mercadante reúne Comissão da Verdade para homenagear Paiva

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reuniu na tarde desta terça-feira integrantes da Comissão Nacional da Verdade, além de ex-militantes, para prestar homenagem ao deputado Rubens Paiva, torturado e morto pela ditadura militar. Vera Paiva, filha de Rubens Paiva, que estudou com Mercadante na mesma época na Universidade de São Paulo (USP), também participou do ato.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, se encontrou com integrantes da Comissão Nacional da Verdade e com Vera Paiva, filha de Rubens Paiva. Foto: Jose Cruz / Agência Brasil

Relatório divulgado na segunda-feira pela Comissão Nacional da Verdade revelou detalhes sobre a morte do ex-deputado. Após ser preso pelos militares, ele foi torturado nas dependências do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), no Rio de Janeiro.

Segundo o coordenador da comissão, Cláudio Fonteles, a equipe agora investiga elementos para apontar os responsáveis pela morte de Paiva, que ganhará homenagem também do Congresso Nacional. O Poder Legislativo pretende erguer uma estátua em sua homenagem.

Mercadante afirmou que o MEC tem colaborado com as investigações da comissão desde o início. Segundo ele, há uma subcomissão no ministério para auxiliar, com documentos, as investigações sobre professores e estudantes perseguidos na época. Os documentos começaram a chegar esta semana ao MEC. “Isso é fundamental para esclarecer esse triste capítulo da nossa história”, disse Mercadante.

 

Comissão da Verdade

A Comissão da Verdade será responsável por apurar as violações de direitos ocorridas entre 1946 e 1988 – período que compreende os chamados “Anos de Chumbo”.

Os sete integrantes, com ajuda de 14 auxiliares, terão a missão de ouvir depoimentos em todo o País, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer os fatos da repressão militar. O prazo para o trabalho de investigação é de dois anos. As atribuições da comissão foram intensamente criticadas pelos militares, enquanto o assunto foi discutido no Congresso Nacional.

O grupo deverá ter um perfil de imparcialidade: seus membros não podem ter cargos executivos em partidos políticos ou trabalharem em cargos de comissão ou de confiança em qualquer dos três poderes.

A Comissão da Verdade poderá pedir à Justiça acesso a documentos privados, investigar violações aos direitos humanos – com exceção dos crimes políticos, de motivação política e eleitorais abrangidos pela Lei da Anistia -, “promover a reconstrução da história dos casos de violação de direitos humanos” e disponibilizar meios e recursos necessários para a localização e identificação dos restos mortais de desaparecidos políticos.

O grupo também terá poderes de requisitar informações públicas, não importando se protegidas por sigilo, e até convocar pessoas, incluindo os militares e ex-guerrilheiros. Prevista no projeto que veio do Senado, outra das polêmicas com as Forças Armadas é a que classifica como “dever” dos militares colaborar com a comissão.

Conforme o texto, o colegiado será formado por sete integrantes definidos pelo presidente da República. Cada um terá salário mensal de R$ 11.179,36, além do direito a passagens e diárias no caso de viagens a trabalho.

 

Fonte – Terra

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