Na CUT, Lula confronta: Mídia sustentou ditadura

Bem humorado e iniciando um discurso com histórias para “aliviar a alma”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à mídia tradicional durante evento de lançamento dos 30 anos da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nesta quarta-feira 27, em São Paulo. Em sua avaliação, os movimentos sindicais precisam parar de reclamar por não terem saído no jornal, nem ganhado destaque na mídia. “Esses formadores de opinião pública defenderam a ditadura”, disse Lula.

O ataque prosseguiu: “Essa gente nunca quis que houvesse eleições, só publicaram os protestos da Diretas Já quando já havia 300 mil nas ruas, só publicaram quando já estávamos na rua”, disse o ex-presidente. Segundo ele, o ideal é que se formasse um pensamento coletivo em relação à mídia, ao invés de cada um dizer o que pensa separadamente. Dessa forma, seria criada a mídia dos “do andar de baixo”.

“Por que a gente não começa a organizar a nossa mídia? Ao invés de cada um ficar falando o que pensa, por que não organizamos um pensamento coletivo? Nós podemos fazer isso”, defendeu, num discurso entrecortado por aplausos. Em mais uma provocação à imprensa, o petista disse ainda que muitas vezes são realizados protestos da sociedade ignorados pelo grandes jornais, mas que “quando é contra o governo, sai”.

Movimento sindicalista
O ex-presidente fez uma série de elogios à Central em termos de organização e representatividade no movimento trabalhista atual. Ele afirmou que a CUT é a entidade dos trabalhadores “mais importante da América Latina, não tem igual” e que “não deve historicamente para ninguém no mundo”.

Lula lembrou que a central sindical conseguiu um feito muito importante, que foi introduzir a conscientização política nos trabalhadores. “O que a CUT conquistou aqui é algo a ser comemorado e algo a ser lembrado por muitas gerações”, disse o petista. Sobre a situação econômica do País, Lula disse que o cenário irá melhorar, “apesar daqueles que torcem para que não”.

“Essa CUT não pode perder a sua radicalidade”, disse, ao plenário da central sindical. “Mas isso não significa que pode fazer bobagem. Uma ou outra bobagem pode fazer, mas não o tempo todo”, ironizou, arrancando aplausos dos ouvintes. Ele fechou o discurso expressando otimismo. “Eu quero dizer a vocês que eu estou feliz”.

 

Fonte – Brasil 247

 

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