67ª Caravana da Anistia homenageia mulheres com julgamento de sete processos de perseguição durante a ditadura
Nesta sexta-feira, 8 de março, será realizada a 67ª Caravana da Anistia no Ministério da Justiça em homenagem às mulheres. Serão julgados sete processos de mulheres que sofreram perseguição durante a ditadura. O evento será realizado no Salão Negro do Ministério da Justiça, em Brasília.Estão confirmadas as presenças do ministro presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa; da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci e da ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira.
Durante a sessão serão entregues pedidos de anistia política das camponesas de Minas Gerais Cipriana da Cruz Rodrigues, Maria Aparecida Rodrigues e Miranda e Júlio Rodrigues de Miranda (pos mortem).
A sessão também apresentará um breve depoimento de Linda Bimbi, gravado em Roma. Durante as décadas de 1970-1980, a italiana Linda atuou em prol dos direitos humanos e das mulheres em toda a América Latina. Junto ao senador Italiano Lélio Basso e a figuras públicas internacionais como Jean Paul Sartre e Gabriel Garcia Marquez, conduziu as atividades do Tribunal Russell II sobre as violações aos direitos humanos pelas ditaduras na América Latina.
Devido à censura na região, os tribunais ocorreram em Roma e Bruxelas. Linda gravou sua saudação durante a visita da Comissão de Anistia à Fundação Basso em Roma, com o objetivo de integrar os documentos do Tribunal Russell II ao acervo do Memorial da Anistia.
Conheça os processos que serão julgados
Thereza Sales Escame – Professora da Pastoral em São Félix. Foi presa por perseguição. Teve suas atividades e as da pastoral monitoradas.
Roseli Fátima Senise Lacreta – Estudante da USP e assistente de direção de teatro no RJ. Foi presa e demitida.
Monica Tolipan – Monitora de escola infantil, estudante de psicologia da PUC/RJ. Participava de movimentos estudantis. Presidente do DCE. Foi presa por 3 vezes. Exilou-se na Argentina. Retornou ao Brasil e foi absolvida no inquérito policial militar. Conseguiu terminar sua graduação na PUC/RJ só em 1982.
Maria de Lourdes Toledo Nanci – Ela e o marido José Nanci sofreram nas décadas de 60 e 70 perseguição devido à militância. Foi detida no Deops.
Maria Déia Vieira – Toda sua família (irmãos presos e torturados) sofreu perseguição decorrente do regime de exceção. Foi obrigada a fugir de Goiânia e ir viver em São Saulo.
Lélea Amaral – Professora e militante estudantil de esquerda que sofreu prisão, quando grávida em 1970, inquérito e processo judicial.
Maria Oneide Costa Lima – Agente pastoral na paróquia de São Geraldo do Araguaia (PA). Em 1981, foi perseguida e mantida em cárcere privado quando da prisão dos padres Francisco Guriou e Aristides Câmio.
Fonte – Portal Planalto