Comissão da Verdade realiza sessão pública sobre casos de ex-militantes do PCBR

Os membros da Comissão Memória e Verdade de Pernambuco realizam uma sessão pública nesta quinta-feira (14), às 9h, sobre casos de ex-militantes do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) que constam na lista preliminar de mortos e desaparecidos políticos São eles: Ramires Maranhão do Valle (secundarista), Almir Custódio de Lima (secundarista) e Ranúsia Alves Rodrigues (estudante de enfermagem). Na ocasião, as circunstâncias das mortes de outros integrantes do PCBR também serão analisadas. São eles: Miriam Lopes Verbena (professora) e Luís Alberto de Sá Benevides (estudante ciências sociais) que teriam sido vítimas em acidente de carro, em Caruaru e Ezequias Bezerra da Rocha, geólogo (proprietário do carro onde estavam Miriam e Luís).

Durante a sessão pública, serão ouvidos: o irmão e cunhada de Ramires, Romildo Maranhão e Sônia Beltrão, respectivamente; Sonia Coutinho Calheiros, que esteve presa com Guilhermina (viúva do ex-militante Ezequias) e Rildete Alves Rodrigues, irmã de Ranúsia. A relatora Nadja Brayner explica que as oitivas são fundamentais para ajudar no esclarecimento dos fatos que levaram a prisão de vários militantes e desmascarar os cenários oficiais armados para justificar os assassinatos.

Casos – A versão oficial divulgada pelos órgãos de segurança à época,  para justificar as mortes de Almir Custódio de Lima, Ranúsia Alves Rodrigues e Ramires Maranhão do Vale  é de que eles participaram de um suposto tiroteio na Praça Sentinela, em Jacarepaguá (RJ), em 27 de outubro de 1973, e morreram.

Luis Alberto Andrade de Sá Benevides e  Miriam Lopes Verbena teriam morrido em acidente de carro no dia oito de março de 1972, em Caruaru (PE). As circunstâncias não são claras. As ouvidas de Romildo Maranhão, Sônia Coutinho e Sônia Beltrão (presos após estas mortes),  devem ajudar a  traçar o roteiro  de chegada e permanência  do casal no Recife, assim como a programação das viagens ao interior do Estado.

Com relação a Ezequias Bezerra, a versão oficial é que ele se evadiu durante encontro com companheiros do partido em 12 de março de 1972, na cidade universitária. Em 1991, no entanto, após comparação de digitais do ex-militante com um corpo encontrado no município de Escada (PE), o assassinato por tortura foi confirmado.

 

Fonte – Comissão da Verdade

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