Durante a sessão pública, serão ouvidos: o irmão e cunhada de Ramires, Romildo Maranhão e Sônia Beltrão, respectivamente; Sonia Coutinho Calheiros, que esteve presa com Guilhermina (viúva do ex-militante Ezequias) e Rildete Alves Rodrigues, irmã de Ranúsia. A relatora Nadja Brayner explica que as oitivas são fundamentais para ajudar no esclarecimento dos fatos que levaram a prisão de vários militantes e desmascarar os cenários oficiais armados para justificar os assassinatos.
Casos – A versão oficial divulgada pelos órgãos de segurança à época, para justificar as mortes de Almir Custódio de Lima, Ranúsia Alves Rodrigues e Ramires Maranhão do Vale é de que eles participaram de um suposto tiroteio na Praça Sentinela, em Jacarepaguá (RJ), em 27 de outubro de 1973, e morreram.
Luis Alberto Andrade de Sá Benevides e Miriam Lopes Verbena teriam morrido em acidente de carro no dia oito de março de 1972, em Caruaru (PE). As circunstâncias não são claras. As ouvidas de Romildo Maranhão, Sônia Coutinho e Sônia Beltrão (presos após estas mortes), devem ajudar a traçar o roteiro de chegada e permanência do casal no Recife, assim como a programação das viagens ao interior do Estado.
Com relação a Ezequias Bezerra, a versão oficial é que ele se evadiu durante encontro com companheiros do partido em 12 de março de 1972, na cidade universitária. Em 1991, no entanto, após comparação de digitais do ex-militante com um corpo encontrado no município de Escada (PE), o assassinato por tortura foi confirmado.
Fonte – Comissão da Verdade