FAMÍLIA RECEBERÁ NOVO ATESTADO DE ÓBITO DE HERZOG

No novo documento, passará a constar como causa da morte do jornalista “lesões e maus tratos sofridos durante o interrogatório em dependência do 2.º Exército (DOI-Codi)”, o que substitui formalmente a falsa versão de “asfixia mecânica por enforcamento”, divulgada pela ditadura, em 1975

Na próxima sexta-feira, dia 15 de março, às 12h, a família Herzog receberá, em ato público, o novo atestado de óbito do jornalista Vladimir Herzog. A entrega oficial será realizada na sede do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), pelo coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro.

No novo documento, passará a constar como causa da morte “lesões e maus tratos sofridos durante o interrogatório em dependência do 2.º Exército (DOI-Codi)”, o que substitui formalmente a falsa versão de “asfixia mecânica por enforcamento”, divulgada pela ditadura, em 1975.

“Trata-se de uma conquista que abre caminho para outras famílias conseguirem um novo atestado de óbito de familiares que foram torturados. É a confirmação de que o Estado civil brasileiro reconhece suas falhas históricas”, ressalta Ivo Herzog, filho de Vlado. O evento é parte de uma série de homenagens que lembrará também os 40 anos da morte do estudante de Geologia da USP, Alexandre Vannuchi Leme, vítima da repressão e morto nas dependências do 2º Exército (DOI-Codi).

A solenidade integra o ato público que será realizado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em São Paulo, para reconhecer a condição de anistiado político do estudante Alexandre Vannuchi Leme. Na ocasião, será feito um julgamento simbólico do caso do estudante, seguido de um pedido oficial de desculpa. Alexandre foi morto no dia 17 de março de 1973, aos 22 anos.

 

Fonte – Instituto Vladimir Herzog

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