O projeto foi apresentado pelo vereador e ex-chefe do batalhão Coronel Telhada (PSDB) e relatado pelo parlamentar e também capitão reformado da Rota Conte Lopes (PTB). Antes de chegar ao plenário, a proposta ainda tem de passar por duas comissões.
Segundo a justificativa do projeto apresentado por Telhada, entre os méritos da Rota está a “campanha do Vale do Rio Ribeira do Iguape, em 1970, para sufocar a Guerrilha Rural instituída por Carlos Lamarca, onde o então tenente Alberto Mendes Júnior, comandando um pelotão desta Unidade, foi vítima de uma emboscada, oferecendo-se em troca da liberdade de seus subordinados, quando foi assassinado, sendo promovido ‘post mortem’ a Capitão, e hoje considerado o herói símbolo do heroísmo e mais um marco histórico da Polícia Militar”.
É ressaltado no projeto o surgimento da “Boina Negra” para integrar o uniforme da Rota, lembrando do processo de repressão durante o regime civil militar contra os setores opositores a ditadura. Em 1970 a Rota é instalada no antigo Batalhão Tobias de Aguiar com objetivo de coibir e reprimir as ações contrárias ao regime. “Assim surgiu a Rota, um policiamento especializado, criado para atender todo tipo de ocorrência, em especial as que o policiamento comum não tinha condições de fazê-lo; um policiamento com doutrina e características peculiares; uma jornada até nossos dias por entre esta guerra diária nas ruas de São Paulo, em qualquer circunstância ou em qualquer situação, norteada pelo lema de: Dignidade Acima de Tudo”, afirma o documento.
Durante as eleições de 2012, o jornalista da Folha de S. Paulo André Caramante passou a sofrer ameaças após publicar uma matéria chamada “Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook”. Após esta reportagem, o vereador e coronel refomado da Rota publicou em sua página no Facebook que Caramante era “notório defensor de bandidos”. Sua critica provocou uma reação de apoiadores de Telhada, iniciando assim uma série de ameaças ao jornalista.
Fonte – Última Instância