Romário e Ivo Herzog vão à CBF, contra Marin

Na segunda-feira, 1º de abril, o deputado Romário (PSB-RJ), vai acompanhar Ivo Herzog em sua visita à sede da Confederação Brasileira de Futebol, no Rio. Na ocasião, devem entregar à direção da entidade a petição, com 54 mil assinaturas, que exige a saída de José Maria Marin do cargo de presidente, em decorrência suas ligações com a ditadura militar, entre 1964 e 1985.

Ivo Herzog é filho do jornalista Vladimir Herzog, que foi assassinado em 1975, em São Paulo, após ser detido pelo Destacamento de Operações de Informações do Centro de Informações de Defesa Interna (DOI-Codi), controlado pelo Exército. Romário preside a Comissão de Turismo e Desporto na Câmara e acha que Marin deve explicações à população sobre seu passado.

Marin era deputado estadual filiado à antiga Arena, partido que dava sustentação política à ditadura. No dia 9 de outubro de 1975, em aparte ao discurso de um colega arenista na Assembleia, ele pediu providências às autoridades contra a atuação de supostos militantes de esquerda na TV Cultura. Pouco tempo depois, no dia 25, Herzog, que era diretor de telejornalismo da emissora, foi detido e morto.

Passado menos de um ano, no dia 7 de outubro de 1976, Marin subiu à tribuna da mesma casa legislativa para elogiar o delegado Sérgio Paranhos Fleury, uma das mais notórias figuras do período ditatorial, denunciado repetidas vezes por ex-presos políticos por seus atos de violência e desrespeito aos direitos humanos.

Ivo sustenta que, por causa de suas ligações com o autoritarismo, o atual presidente da CBF não tem condições de permanecer no cargo. “Ter Marin à frente da CBF agora, que estamos nas vésperas da Copa do Mundo no Brasil, é como se a Alemanha tivesse permitido que um membro do antigo partido nazista tivesse organizado a Copa de 2006?, diz ele.

A petição Fora Marin, continua na internet, no site Avaaz, coletando assinaturas. Cópias do documento também deverão ser enviadas à direção dos 20 principais clubes que participam do Campeonato Brasileiro e a todas as federações estaduais de futebol.

Marin contesta as acusações. Em manifestação no próprio site da CBF, afirma que se trata de uma campanha articulada e mentirosa, para desestabilizar sua permanência no comando da CBF.

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