Lideranças estudantis, parentes de vítimas e políticos também cobravam mais empenho nas investigações que estão sendo conduzidas pela Comissão Nacional da Verdade. A jornalista Hildergard Angel, irmã de Stuart Angel e filha de Zuzu Angel, vítimas da ditadura, disse que a Cinelândia, local da manifestação, é um marco da luta pela democracia no país. A Cinelândia, durante o regime militar, foi cenário de vários atos de protesto contra os militares.
O presidente da UNE, Daniel Iliescu, em seu discurso, disse que a manifestação é “um contraponto aos atos de apoio realizados por aqueles que tentam comemorar o período sombrio da história do país, marcado pela ditadura militar”. Ele ressaltou que foi em 1º de abril de 1964 que a ditadura incendiou a sede da UNE na Praia do Flamengo”.
Iliescu também falou sobre as ideias defendidas pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) em favor do regime militar instalado no país em 1964. “A gente o conhece e sabe as ideias defendidas por ele [Bolsonaro]. A diferença é que hoje ele pode fazer isso sem ter que pagar com a própria vida. Felizmente, ele representa um pensamento minoritário no Parlamento”, ressaltou.
Durante a manifestação desta segunda-feira, a Cinelândia também foi ocupada por um grupo de pessoas que protestava contra a desocupação do antigo Museu do Índio, que será reformado para receber o Museu Olímpico. Os índios que ocupavam o prédio desde 2006 querem que o antigo museu seja transformado em um centro cultura indígena.
Houve uma confusão entre os integrantes dos dois atos com bate-boca dos dois lados, pois um protesto atrapalhava o outro. Os ânimos exaltados, no entanto, foram serenados pelos próprios participantes das duas manifestações.
Fonte – Agência Brasil