Marcelo Toledo: Um povo sem memória é um povo sem história

Em entrevista, exclusiva, para a Rádio Vermelho, Marcelo Toledo, metalúrgico de São Caetano do Sul (SP), relatou como os trabalhadores daquela região estão se organizando para desvendar a verdadeira história sobre o que aconteceu durante a Ditadura Militar.

Segundo ele, “é chegada a hora de derrubar o véu que teima em esconder o que aconteceu durante a ditadura, pois um povo sem história é um povo sem memória. Dessa forma, devemos resgatar a história das centenas de brasileiros que resistiram à ditadura militar aqui na região do ABC e, assim, honrar suas memórias”.

Toledo, que também é membro do Comitê Central do PCdoB, explica que para por esse objetivo em prática foi criado o Centro de Memória do Grande ABC, uma iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e que terá como objetivo o resgate das histórias dos desaparecidos, torturados, assassinados durante a repressão.

A inauguração dos trabalhos foi dada na última quarta-feira (27), com a realização do debate ’49 anos do Golpe Militar: a sociedade brasileira foi vítima de seus torturadores’. Evento que marca os 49 anos do golpe militar de 1964, que ocorreu em 31 de março. Ele acrescenta que um segundo passo será lançar um livro com essas histórias, que terá como título ‘Livro Vermelho da Ditadura’.

“Nossa proposta é que o Centro possa contribuir para os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Durante dois anos faremos todo o levantamento e ao final esquadrinharemos todas as descobertas em relatórios de depois publicaremos. Outra expectativa nossa é a criação de um Museu da Resistência em Santo André, para que possa ajudar os estudantes e a sociedade a entender mais o que significou o Golpe e a resistência naquele momento”, externou Toledo durante a entrevista.

 

Combater o pensamento reacionário

O sindicalista também externou seu apoio à iniciativa da Comissão Nacional da Verdade de rever os livros didáticos que não fazem jus a luta durante o Regime Militar.

“Essa iniciativa vem em boa hora. É preciso combater a história que é contada a partir das elites conservadoras. Os trabalhos da Comissão da Verdade são um passo importante nesse sentido. Além disso, é preciso rever o papel da mídia nesta questão, pois o pensamento reacionário e conservador encontra nesta mídia hegemônica um porta-voz estratégico”, alertou o metalúrgico.

 

Fonte – Vermelho

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