Comissão interroga perseguidos políticos no Mato Grosso do Sul

A Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado estadual Laerte Tetila (PT) e o Comitê Memória, Verdade e Justiça, realizaram a primeira reunião para debater sobre violações de direitos no Mato Grosso do Sul.

Fundadores do PT foram primeiros militantes a depor na comissão. Foto: Roberto Higa/Portal ALMS

 

Segundo o Portal da Assembleia, Haroldo Borralho e Sérgio Onça, fundadores do Partido dos Trabalhadores de MS, foram os primeiros interrogados e falaram sobre a perseguição política ocorrida no final dos anos 1970 e início dos anos 1980.

À época, simpatizantes e militantes de partidos ditos de esquerda, contrários ao regime militar, sofriam repressões e perseguições. “Eram pressões psicológicas, ligações telefônicas anônimas, ameaças para cancelar eventos partidários ou reuniões políticas e até o local de trabalho recebia agentes e pessoas que mandavam recados para que nós desistíssemos dos nossos ideais”, destaca Borralho, que foi vice-presidente do PT de Campo Grande.

Uma das lembranças mais fortes descritas pelos depoentes foi o incêndio na sede do partido. Borralho e Onça afirmaram que o incêndio foi criminoso e uma forma de impedir a organização de partidos políticos de esquerda. Outro aspecto apontado pelos militantes era a utilização de carros para segui-los na saída de reuniões para descobrir onde moravam.

Para Laerte Tetila os depoimentos mostraram uma nova história de Mato Grosso do Sul pelo olhar da verdade. “Reunimos informações que revelam parte da história que estava ocultada. Rompemos o silêncio e estas informações serão fundamentais para combater a impunidade, restaurar a dignidade, aperfeiçoar o aparato institucional e promover a reparação destes direitos violados”, ressalta.

Segundo a assessoria do deputado, ao final dos trabalhos um relatório será produzido e encaminhado para a Comissão Nacional da Verdade e aos órgãos do Governo para executar medidas de reparação de direitos, entre outras, para aperfeiçoamento das instituições do Estado.

 

Fonte – Capital News

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