“Precisamos esclarecer esse caso”, cobrou o deputado federal Rubens Bueno
O cerco ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, está cada vez mais apertado. Na tarde desta quinta-feira, a Comissão de Turismo e Deporto (CTD) da Câmara dos Deputados aprovou a organização de uma audiência pública para debater as relações do dirigente com os órgãos de repressão no período da ditadura militar.A requisição foi levada a plenário pelo deputado federal Rubens Pueno (PPS-PR). Também serão convidados para o debate o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro, e o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Nemer Damous Filho.
José Maria Marin é alvo de críticas por parte do deputado federal Romário
Ao defender o requerimento de audiência pública, Bueno argumentou Marin tem sido alvo de denúncias de ligação com órgãos repressores da ditadura militar, responsáveis pela prisão, tortura e até morte de opositores. “Precisamos esclarecer esse caso que pode manchar a imagem do Brasil às vésperas da Copa do Mundo”, pediu Rubens Bueno.
Ivo Herzog, o filho do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura militar em 1975, tem afirmado à imprensa que Marin teria contribuído para a perseguição dos órgãos de repressão contra o pai. Ele aponta, entre outros fatos, que 16 dias antes de morrer, Vladimir Herzog fora criticado por Marin em um discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde o atual presidente da CBF era, na época, deputado pela Arena. Ivo lidera, junto do deputado federal Romário (PSB-RJ), uma campanha pública para a destituição do cartola do comando do futebol brasileiro.
O cartola, no entanto, tem o direito de recusar o convite e não comparecer ao encontro com os parlamentares. Os chamados do Poder Legislativo só têm caráter convocatório em caso de investigações conduzidas por comissões parlamentares de inquérito (CPIs).