Depoimentos inéditos de sobreviventes, documentos e recursos multimídias revelarão e contarão passagens (algumas inéditas) dos chamados “anos de chumbo” vividos pelo Brasil e outros países latinoamericanos durante mais de vinte anos. É a exposição Movimento de Justiça e Direitos Humanos – Onde a Esperança se Refugiou, que será lançada na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, na próxima quinta-feira, dia 25 de abril, às 18h, estendendo-se até 5 de maio. A mostra conta com o apoio do Ministério da Cultura através da lei federal de incentivo à cultura e tem entrada franca.
Promovida pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), a exposição tem o objetivo de levar às novas gerações informações, consciência e experimentação desse período conturbado e sangrento da história latinoamericana. Organizada e dividida em cinco eixos, a mostra traz políticas de memória com um acervo de mais de 2 mil fotos desse período, incluindo 366 rostos das vítimas da ditadura militar no Brasil.
O material foi garimpado em um minucioso trabalho de pesquisa que se estendeu por mais de um ano sobre os arquivos documentais do MJDH, pelo Arquivo Público de São Paulo e por vários arquivos em Buenos Aires, na Argentina, que forneceram material de toda a América Latina. Após Porto Alegre, em julho, a mostra será apresentada na sede do Arquivo Público em São Paulo. Além dessas cidades, há previsão de que a mostra seja realizada em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife.
O fundador e presidente do MJDH, Jair Krischke (foto à direita) fala da importância desse resgate para as gerações mais jovens. “Nós, brasileiros, temos uma grande dívida de memória histórica para com as novas gerações e precisamos criar uma consciência coletiva para mudar essa realidade de transição, que é interminável”, afirmou.
Sobre o apoio do Ministério da Cultura, Krischke falou ser fundamental para a realização da mostra. “Os incentivos abriram a possibilidade de concretização de um projeto fundamental para fazer chegar até o grande público um capítulo da história recente do país que precisa ser contado, especialmente aos jovens”, complementou.
Audiovisual
Outro recurso da exposição será uma mostra de cinema com a exibição de 11 filmes que retratam episódios dos Anos de Chumbo no Brasil e América Latina, incluindo a pré-estreia de Dossiê Jango, de Paulo Henrique Fontenelle, que ainda não entrou em circuito comercial. Também está prevista a estreia do documentário História de uma Vida Hermana, de Marco Antonio Villalobos.
As exibições, com sessões comentadas, acontecerão de 30 de abril a 5 de maio, na Sala P. F. Gastal, da Usina do Gasômetro, com sessões nas terças, às 19h, quartas a sextas, às 17h e 19h, e aos sábados e domingos, às 15h, 17h e 19h.
(Marcos Agostinho / Ascom MinC Crédito da foto de Jair Krischke : Rafael Wilhelm Crédito das outras fotos: Arquivo exposição Onde a Esperança se Refugiou/Divulgação)
Fonte – Ministério da Justiça