Documentários sobre regime militar compõem mostra na Sala P.F.Gastal

O inédito “Dossiê Jango” e o recente “Cidadão Boilesen” são destaques da programação, que homenageia cineasta Silvio Tendler

Cena de Cidadão Boilesen. Foto: CineBancários / Divulgação

 

Tem início nesta terça-feira, na Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro, uma mostra de documentários que tem como recorte temático a resistência às ditaduras militares na América Latina. A programação, com entrada franca, segue até domingo, em paralelo com a exposição multimídia Movimento de Justiça e Direitos Humanos – Onde a Esperança se Refugiou, instalada no térreo do prédio.

Um dos destaques da mostra é o filme de abertura, hoje, às 19h. Ainda inédito no circuito comercial, o documentário Dossiê Jango (2012), de Paulo Henrique Fontenelle, discute as circunstâncias nebulosas que cercam a morte do ex-presidente do Brasil João Goulart, em 1976, na Argentina, e relembra episódios emblemáticos do qual ele foi protagonista – como a Legalidade, em 1961, e o golpe militar que o tirou do poder, em 1964. Após a sessão, participam de debate com o público Christopher Goulart, neto de Jango, e Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos.

Também merece atenção Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski, vencedor do festival É Tudo Verdade em 2009 – o filme fala sobre o apoio financeiro de empresários aos órgãos de repressão. O cineasta Silvio Tendler é o homenageado do evento. Dele serão exibidos os referenciais Os Anos JK –  Uma Trajetória Política (1980), Jango (1984),Marighella – Retrato Falado do Guerrilheiro (2001) e os médias-metragens Ou Ficar a Pátria Livre ou Morrer Pelo Brasil e O Afeto que se Encerra em Nosso Peito Juvenil, ambos de 2007, sobre a história do movimento estudantil no Brasil.

Um olhar interesassante sobre as ditaduras na América do Sul diz respeito ao esporte. O média brasileiro Atletas e Ditadura – A Geração Perdida, de Marco A. Villalobos, Marcelo Outeiral e Milton Cougo, conta a história de desportistas argentinos que desapareceram nas mãos dos militares. Já o longa argentino Mundial 78 – Verdad o Mentira, de Christian Remoli (2007), revela o uso midiático da Copa do Mundo de 1978 para encobrir crimes praticados pela ditadura.

 

 

Fonte – ZERO HORA

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