CDH debate Relatório Figueiredo, que apontou crimes cometidos pelo Estado contra os índios

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) iniciou há pouco a audiência pública com o objetivo de debater o Relatório Figueiredo, documento de mais de 7 mil páginas que denunciou ataques contra indígenas, praticadas por agentes públicos e privados nos anos 1960. A comissão também debaterá os reflexos dessa violência na atual situação indígena no país. A realização atende a requerimento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e da senadora Ana Rita (PT-ES), que preside a comissão.

O Relatório Figueiredo, preparado em 1967, foi dado como desaparecido por mais de 40 anos. Ficou conhecido assim por conta do seu autor, o procurador Jáder de Figueiredo Correia, que investigou o assunto no final a pedido do então ministro do Interior, o general Albuquerque de Lima.

Entre as atrocidades descritas estão diversos tipos de tortura, como a trituração de tornozelos de índios, caçadas humanas com metralhadoras, doações de açúcar com veneno e até matança de tribos inteiras.

Participam, entre outros, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Foram ainda convidados uma das integrantes da Comissão Nacional da Verdade, Maria Rita Kehl, que irá examinar o documento, além do jornalista Felipe Canedo e da antropóloga Patrícia de Mendonça Rodrigues.  Completa a lista o vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais-SP, Marcelo Zelic, um dos pesquisadores que descobriram o relatório há cerca de um mês no Museu do Índio, no Rio de Janeiro.

 

Fonte – Agência Senado

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