A mostra, que também exibirá os documentários brasileiros “Eu me lembro” e “Marighella”, vai acontecer em quatros pontos, sempre com entrada gratuita
“Infância clandestina” é baseado na vida do seu diretor, Benjamín Avila (Divulgação)Indicados ao Oscar 2013 de Melhor Filme Estrangeiro, os longas “No”, do Chile, e “Infância Clandestina”, da Argentina, vão ganhar suas primeiras exibições em Manaus graças à segunda edição do Festival Cinema pela Verdade, que acontece na cidade entre os dias 11 de junho e 19 de julho.
A mostra, que também exibirá os documentários brasileiros “Eu me lembro” e “Marighella”, vai acontecer em quatros pontos, sempre com entrada gratuita: na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Faculdade Martha Falcão (FMF) e Centro Universitário do Norte (UniNorte).
Segundo o responsável pela produção local do evento, Zeudi Souza, o tema comum entre as produções são os regimes ditatoriais que os países de origem dos filmes enfrentaram em determinado período da História.
“No ano passado, a iniciativa teve sucesso de público, e resolvemos repetir essa parceria em 2013”, afirmou Souza, explicando que o festival é uma realização do Instituto Cultura em Movimento (ICEM) e do Ministério da Justiça, via Comissão de Anistia.
Ainda de acordo com o produtor, a proposta do festival também é fomentar o debate entre os espectadores. “Para isso, após cada sessão, vamos realizar mesas de debates que vão contar com a participação de políticos, representantes dos Direitos Humanos e pessoas ligadas à causa”, pontuou Souza.
Filmes selecionados
Dirigido por Pablo Larraín, “No” (2012) é um filme chileno escrito por Pedro Peirano, que se baseou na peça inédita “El plebiscito”, de Antonio Skármeta. Estrelado por Gael García Bernal (René), o longa se passa durante a campanha para o plebiscito nacional que vai decidir se o general Augusto Pinochet continua no poder após 15 anos de ditadura. Enquanto René trabalha para convencer o povo a votar no “não”, o chefe dele trabalha a favor do “sim”.
“Infância clandestina” (2012) é um drama argentino dirigido por Benjamín Avila e escrito por Marcelo Müller com base na vida do próprio diretor. Filho de guerrilheiros de esquerda, Avila viveu no exílio com a mãe e, ao retornarem ao país, em 1979, na tentativa de derrubar a ditadura militar da Argentina, a mãe acabou sendo presa e morta.
Já “Marighella” (2011) conta a história do maior inimigo da ditadura militar no Brasil. Famoso por ter redigido o “Manual do Guerrilheiro”, Carlos Marighella foi um líder comunista e parlamentar baiano que foi preso e torturado. O documentário tem narração de Lázaro Ramos e foi dirigido por Isa Grinspum Ferraz.
Exibido no Festival Internacional do Rio de Janeiro em 2012, o documentário “Eu me lembro” acompanhou cinco anos das Caravanas da Anistia para reconstruir a luta, por parte dos perseguidos pela ditadura, por reparação, verdade e justiça.
O longa tem direção de Luiz Fernando Lobo e reúne depoimentos de perseguidos políticos e torturados pela ditadura que receberam recentemente reconhecimento da luta por liberdade no país e pedido de perdão formal pelo Estado.
Serviço
Onde: Faculdade Martha Falcão, rua Natal, 300, Adrianópolis
Quando: 11 a 14 de Junho
Onde: Uninorte unidade 11, rua Igarapé de Manaus, 211, Centro
Quando: 25 a 28 de Junho
Onde: Universidade Federal do Amazonas, ICHL, av. Rodrigo Otávio, Coroado
Quando: 9 a 12 de Julho
Onde: Escola Normal Superior da UEA, av. Djalma Batista
Quando: 16 a 19 de julho