João Pessoa vai sediar as primeiras sessões da Mostra Cinema pela Verdade nos dias 4 e 5 de junho, na Universidade Federal da Paraíba, com a exibição dos filmes Eu Me Lembro, Infância Clandestina, No e Marighella, inéditos no circuito local. Em sua segunda edição, a Mostra foi criada com o objetivo de promover exibições de filmes seguidas de debates sobre o período da Ditadura Civil-Militar e seus desdobramentos, bem como a relação com as ditaduras contemporâneas do Cone Sul.
Teatrólogo Zé Celso, entrevistado no documentário ‘Eu me lembro’Realizada pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), em parceria com o Ministério da Justiça, a Mostra Cinema pela Verdade foi contemplada pelo edital “Marcas da Memória”, da Comissão de Anistia, que visa à promoção de eventos e projetos com foco neste período marcante da história brasileira. A mostra acontecerá simultaneamente em universidades dos 27 estados da federação entre os meses de maio e agosto. Cada estado do país terá pelo menos oito sessões de filmes, totalizando mais de 200 exibições.
Em João Pessoa, a agente mobilizadora é a estudante de Ciências Sociais na UFPB, Vivianne Sousa, de 21 anos. Este ano, dois documentários sobre a ditadura no Brasil e dois filmes de ficção sobre o período da ditadura na Argentina e no Chile foram selecionados para a mostra. Entre as produções brasileiras estão Eu Me Lembro, de Luiz Fernando Lobo, e Marighella, de Isa Grinspum Ferraz. Já a ficção Infância Clandestina, de Benjamín Ávila, é uma coprodução Brasil-Argentina, e No, de Pablo Larraín, faz um recorte sobre a ditadura chilena.
“O projeto Cinema pela Verdade cria um ambiente de mobilização em favor da memória, em favor da construção da verdade para que o país possa, finalmente, passar a limpo a sua história e enfrentar os seus erros de frente, para que eles não se repitam mais”, ressalta o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.
A vice-presidente do ICEM, Luciana Boal, complementa lembrando que, como 92% dos municípios brasileiros não possuem salas de cinema, o ICEM acredita que projetos como o Cinema pela Verdade são fundamentais para dar mais acesso à produção nacional.
Infância Clandestina
Sobre os Filmes Selecionados:
Eu me lembro, de Luiz Fernando Lobo: exibido no Festival Internacional do Rio de Janeiro. O documentário acompanhou cinco anos das caravanas da Anistia e reconstrói a luta dos perseguidos por reparação, memória, verdade e justiça por meio de imagens de arquivo e de entrevistas.
Infância Clandestina, de Benjamín Ávila: representante argentino ao Oscar 2013, categoria melhor filme estrangeiro. Argentina, 1979. Juan, assim como seus pais e seu tio leva uma vida clandestina. Fora do berço familiar ele precisa manter as aparências pelo bem da família, que luta contra a ditadura militar que governa o país.
Marighella, de Isa Grinspum Ferraz, ganhador do Prêmio de melhor longa-metragem da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em 2012. Carlos Marighella foi o maior inimigo da ditadura militar no Brasil. Este líder comunista e parlamentar foi preso e torturado, e tornou-se famoso por ter redigido o Manual do Guerrilheiro Urbano.
NO, de Pablo Larraín, concorreu ao Oscar 2013 na categoria melhor filme estrangeiro. Pressionado pela comunidade internacional, o ditador Augusto Pinochet aceita realizar um plebiscito nacional para definir sua continuidade ou não no poder. Os líderes do governo contratam René Saavedra para coordenar a campanha contra a manutenção de Pinochet.
SERVIÇO – EXIBIÇÕES EM JOÃO PESSOA:
04 E 5 DE DE JUNHO, TERÇA E QUARTA-FEIRA, ÀS 9H30 E ÀS 19H
Local/Universidade: Auditório do CCHLA – UFPB
Capacidade do local: 200 pessoas
TERÇA-FEIRA, DIA 4, ÀS 19H
Filme: Infância Clandestina, de Benjamin Ávila
QUARTA-FEIRA, 5 DE JUNHO, ÀS 9H30
Filme: No, de Pablo Larraín
QUARTA-FEIRA, 5 DE JUNHO, ÀS 19H30
Filme: Marighella, de Isa Grispun Ferraz