Filho de Rubens Paiva revelou o parentesco do agente
O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro e da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, quer que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) demita o seu diretor adjunto, Ronaldo Martins Belham. Motivo: Belham é filho do general da reserva José Antonio Nogueira Belham, que chefiou o DOI-Codi do Rio de Janeiro na época em que ex-deputado-federal Rubens Paiva foi assassinado, em 1971, após ter sido preso no Rio.
Wadih Damous quer que a Abin demita o diretor Ronaldo Belham
Para Damous, que é ex-presidente da OAB no Estado, o fato do diretor adjunto da Abin ser filho de um general que chefiou o DOI-Codi torna “no mínimo inconveniente” a sua permanência no cargo, na medida em que a atuação das Forças Armadas naquele período está sob investigação, e Ronaldo Belham poderia atuar, na Abin, no sentido de filtrar ou impedir que venham a público informações contrárias aos interesses do pai.
“Ainda que ele nada tenha a ver com os episódios, hoje sob investigação, de torturas e desaparecimentos ocorridos à época da ditadura, a sua suspeição é evidente pelas funções que exerce atualmente”, diz Damous, em nota divulgada, ontem, pela OAB.
O parentesco entre o atual diretor adjunto da Abin e o general da reserva foi noticiado ontem, quando foi divulgada uma entrevista de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens Paiva.
“Como, numa posição de destaque da Abin, ele vai facilitar a revelação de informações secretas que comprometam o pai?”, declarou Marcelo ao “Correio Braziliense”.
Já são 44 casos de `suicidados´
Brasília. A Comissão da Verdade identificou 44 casos de opositores “suicidados” pela ditadura. Isso significa que, apesar das certidões de óbito apontarem como causa o suicídio, os militantes foram assassinados pelo regime militar e tiveram registros fraudados.
Os laudos necroscópicos e outros registros, como fotografias, serão analisados com auxílio das novas tecnologias.
Fonte – O Tempo