O governador do Amapá, Camilo Capiberibe, sancionou a lei que institui a Comissão da Verdade no Estado. Será um grupo composto por sete funcionários públicos, que ficarão encarregados de investigar os abusos cometidos entre 1946 e 1988, período da ditadura militar e transição para o regime democrático no Amapá. A coordenação ficará a cargo da ex-diretora da Escola de Administração Pública, Izabel Cambraia.
A sanção ocorreu na manhã desta segunda-feira, 24, no Salão Nobre do Palácio do Setentrião, que foi ocupado por representantes de movimentos sociais. De acordo com o governador do Amapá, Camilo Capiberibe, a meta é produzir um relatório que, em dois anos, será entregue à Comissão Nacional da Verdade, criada em 2012, pelo Governo Federal, para investigar as violações de Direitos Humanos, como tortura, ocorridas durante o regime totalitário.
“A comissão vai nos ajudar a reescrever trechos obscuros da nossa história. É importante que a sociedade tome co-nhecimento do que aconteceu para que não permita o retrocesso ao regime militar”, comentou a deputada federal Janete Capiberibe, que foi exilada política no período ditatorial.
“A comissão é um instrumento de resgate da memória daquelas pessoas que se sacrificaram para nós vivermos na democracia e com liberdade de expressão que vivemos hoje”, considerou o governador Camilo Capiberibe.
De acordo com a lei, os trabalhos da Comissão da Verdade no Amapá iniciam em 1º de agosto. Porém, a coordenadora do grupo informa que já está à disposição das pessoas que quiserem relatar suas histórias. “A comissão ainda será formada, mas nós teremos advogados no grupo para dar toda a orientação jurídica necessária para a reparação judiciária e financeira pelas atrocidades cometidas”, esclareceu Cambraia. Até agosto, a comissão ficará sediada no Palácio do Governo.
Fonte – Diário do Amapá