O plenário da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu sediou, nesta quinta-feira, audiência pública conjunta realizada pelas comissões Estadual e Nacional da Verdade, criadas para apurar crimes cometidos durante o regime militar que governou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985.
O objetivo da audiência ocorrida em Foz do Iguaçu era colher depoimentos e informações sobre violações aos direitos humanos ocorridas na região fronteiriça durante o período. A Tríplice Fronteira era, nas décadas de 1970 e 1980, uma das áreas mais vigiadas pelos governos de Brasil, Paraguai e Argentina (Imagem: Câmara Municipal).
Presente na audiência, a presidente da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso, enfatizou a necessidade de resgatar o passado oculto. “Buscamos a verdade sobre as vítimas e os sobreviventes”, disse. Além de vítimas e familiares, representantes dos órgãos de repressão durante a ditadura foram intimados a comparecer ao evento.
Um dos casos mais emblemáticos registrados na região foi o desaparecimento de seis militantes de esquerda atraídos por agentes do governo a uma emboscada no interior do Parque Nacional do Iguaçu, em área próxima à Estrada do Colono.
Até o presente momento, mesmo com as buscas, os corpos de Onofre Pinto, Daniel de Carvalho, Enrique Ruggia, José Lavechia, Joel de Carvalho e Victor Ramos ainda não foram localizados.
Convocado para participar da audiência, o advogado Mario Espedito Ostroviski não compareceu ao evento, bem como outras testemunhas que poderiam aportar informações relevantes sobre as ações dos governos militares de Brasil, Paraguai e Argentina na região trinacional.
Fonte – CBN Foz