Segundo Pelé, a filha do presidente Ernesto Geisel (ditador do País entre 1974 e 1979) chegou a procurá-lo antes do Mundial na Alemanha Ocidental e pediu para que ele voltasse a jogar pela Seleção. O Rei, que havia aposentado a camisa canarinho em 1971, disse que ainda jogava em alto nível, mas não aceitou a oferta por estar descontente com a forma que o governo tratava o povo brasileiro, de acordo com a entrevista. Para Pelé, a ditadura havia piorado muito em comparação com o período da Copa de 70, quando o craque foi campeão jogando pelo Brasil.
Pelé também procurou rebater as séries de críticas que recebeu por uma entrevista concedida à TV Tribuna que ganhou as redes sociais. No vídeo ele pede para o povo “esquecer toda essa confusão que está acontecendo no Brasil, todas essas manifestações” e “pensar que a Seleção Brasileira é o nosso país, é o nosso sangue. Não vamos vaiar a seleção. Vamos apoiar até o final.” Segundo o Rei, a sua fala não era uma crítica aos protestos, mas sim um pedido para que os brasileiros não vaiassem o Brasil nos jogos da Copa das Confederações.
O craque ex-Santos também mostrou felicidade com os resultados das manifestações. Para ele foi positivo a pressão popular para o veto da PEC (Projeto de Emenda Constitucional) número 37. A medida tramitava no Congresso Nacional e se fosse sancionada não permitiria mais que o Ministério Público fizesse investigações.
Além da revelação sobre a Copa de 74 e o apoio aos protestos, Pelé criticou a construção de grandes estádios em alguns estados brasileiros e disse que sempre foi contra o estádio do Corinthians, que está sendo feito em Itaquera, na Zona Leste da Capital, com financiamento do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento). Para ele, o Morumbi, com algumas reformas, poderia ser palco dos jogos do Mundial de 2014.