Uma das primeiras iniciativas de Dias será solicitar à presidente Dilma Rousseff maior rapidez na escolha de mais dois integrantes do colegiado. Eles deverão substituir o magistrado Gilson Dipp e o procurador Claudio Fonteles, que pediram afastamento. Os cargos estão vagos há quase três meses.
Internamente, o desafio de Dias será conter a crise que envolve os integrantes da comissão, com divergências sobre o encaminhamento dos trabalhos. De perfil político moderado, ele foi indicado porque consegue dialogar com todos. Outra tarefa importante pela frente será o início da preparação do relatório final dos trabalhos da comissão.
A coordenação da comissão é feita em sistema de rodízio, com duração de três meses. O cargo estava sendo ocupado por Rosa Maria Cardosa da Cunha, que advogou em defesa da presidente Dilma Rousseff perante a Justiça Militar, nos anos da ditadura.
Com 74 anos, Dias é advogado criminalista, formado pela Universidade de São Paulo. Durante a ditadura ele também advogou em defesa de presos políticos e presidiu a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, atuando ao lado do cardeal Paulo Evaristo Arns. Foi secretário da Justiça de São Paulo, entre 1983 e 1986, durante o governo Franco Montoro, e ministro da Justiça, no governo Fernando Henrique Cardoso, entre 1999 e 2000. Foi conselheiro da OAB/SP e da Fundação Padre Anchieta.