Projeto que investiga ditadura ganha sala em Santo André

O projeto Acorda ABC fechou parceria com a Prefeitura de Santo André e ganhou espaço para trabalhar na organização de seminários e palestras sobre o regime militar no Brasil (1964-1985). A sala cedida para o grupo fica no CPETR (Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda) e funcionará como espécie de central do projeto.

O pesquisador e coordenador da iniciativa, Cido Faria, elaborava as pesquisas da sua casa. Para realização dos seminários e encontros de deliberação das propostas, o grupo dependia da disponibilidade de entidades públicas, como as Câmaras.

Os dois últimos seminários, por exemplo, foram realizados nos Legislativos de Diadema e Mauá, respectivamente.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá atua como parceiro do projeto Acorda ABC. O auditório do local foi utilizado para o lançamento do projeto e para realização de encontros mensais dos organizadores.

Cido Faria ressaltou que o Executivo está empenhado em ajudar no resgate da memória dos presos e torturados durante o regime militar. “O espaço no CPETR é provisório. A ideia depois é ganharmos um espaço fixo no museu de Santo André”, destacou.

Além disso, o comandante do Paço andreense, Carlos Grana (PT), designou o secretário de Governo do Paço, João Avamileno (PT), para conversar com o grupo e atender as demandas apresentadas.

REGIME CHILENO
O próximo evento do Acorda ABC será em Santo André. O seminário para debater a parceria entre Brasil e Chile na ditadura foi remarcado para os dias 23 e 24 de setembro – a data inicial era dia 11 –, no Teatro Municipal.

Entre os convidados para a discussão está Pascal Allende, sobrinho do ex-presidente Salvador Allende e um dos fundadores do Movimiento de Izquierda Revolucionario. O ex-embaixador do Chile no Brasil Álvaro Díaz também é aguardado.

Na oportunidade, Cido Faria contará sobre seu exílio no país vizinho, quando conviveu com o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). Foram dois anos vivendo sob o mesmo teto, numa casa em Santiago.

Diadema institui Comissão da Verdade e define grupo amanhã

A Comissão da Verdade instituída pela Câmara de Diadema inicia os trabalhos amanhã com a escolha dos vereadores que vão compor o grupo que ouvir depoimentos de torturados da cidade durante a ditadura militar (1964-1985).

O projeto foi idealizado pela vereadora Lilian Cabrera (PT), que vai encabeçar os trabalhos. Alguns nomes presentes na lista de convidados da comissão tiveram participação ativa na política diademense. Entre eles estão Derly de Carvalho, um dos fundadores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e João Paulo de Oliveira (PT), que presidiu a Câmara no biênio 1995-1996.

Sobrinha do ex-vice-prefeito Antônio de Lucca Filho, o Paraná (morto em 2002, foi número dois do primeiro mandato do petista José de Filippi Júnior), Lilian propôs o projeto para impulsionar o trabalho da tia Maria José Lucca, que coleta informações e depoimentos de torturados durante o regime.

“O grupo não terá caráter punitivo. Será de resgatar o passado com vistas ao futuro. A juventude tem de conhecer a história, mas saber o que tem de fazer daqui para frente”, justificou a petista.

 

A Comissão da Verdade de Diadema tem 180 dias para conclusão dos trabalhos.
A coleta de histórias da cidade será encaminhada aos grupos estadual e nacional que investigam casos de tortura durante o regime militar.

 

Fonte – Diário do Grande ABC

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