Anistia não pode perdoar criminosos, diz Erundina ao defender projeto

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) reafirmou na manhã desta quarta-feira que a lei não pode anistiar torturadores, estupradores e assassinos. Ao participar do Seminário 34 anos da Lei de Anistia, Erundina disse que todas as vítimas da ditadura merecem Justiça e que os algozes não podem ficar impunes. Ela citou o parecer da Corte Interamericana de Direitos Humanos que classificou os crimes da ditadura militar no Brasil como crimes de lesa-humanidade. As informações são da Agência Câmara.

Segundo a parlamentar, a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de uma provocação da Ordem dos Advogados no Brasil (OAB), que declarou constitucional a Lei da Anistia, é uma decisão “enviesada” e política.

A Lei de Anistia (6.683/79) foi editada para reverter punições aos cidadãos brasileiros que, entre os anos de 1961 e 1979, foram considerados criminosos políticos pelo regime militar. A norma, promulgada em 28 de agosto de 1979 após forte campanha popular, continua motivando discussões no Congresso Nacional e na sociedade.

Erundina afirmou que não deixará de lutar até corrigir o que ela chama de “grave erro” ao se ter aprovado uma lei de anistia com esse caráter, que, segundo ela, beneficia criminosos.

 

Mudança

A deputada criticou o relator do Projeto de Lei 573/11 na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), que já deu seu parecer pela rejeição da proposta. A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional também já rejeitou o projeto.

De autoria da deputada Luiza Erundina, o texto exclui do rol de crimes anistiados após a ditadura militar (1964-1985) aqueles cometidos por agentes públicos, militares ou civis, contra pessoas que, efetiva ou supostamente, praticaram crimes políticos.

A nova interpretação da Lei da Anistia proposta pelo projeto de Erundina será discutida ao longo desta quarta-feira no seminário promovido pela Comissão Especial das Leis de Anistia, da Câmara e pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. O evento ocorre no auditório Nereu Ramos.

 

 

Fonte – Terra

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