Fotos mostram familiares sem as vítimas do regime. Exposição mostra fotos tiradas nos mesmo lugares de fotos antigas sem a presença de quem morreu na ditadura militar
Homem observa foto na exposição
A exposição Ausências, aberta nessa quinta-feira, no Museu da República, em Brasília, faz um convite à reflexão sobre a repressão dos regimes ditatoriais. Criada pelo fotógrafo argentino Gustavo Germano, Ausências mostra a violência dos tempos da ditadura militar no Brasil. Fotos antigas de famílias de vítimas são remontadas trazendo-as para os dias de hoje. São as mesmas pessoas e paisagens, mostrando quanto os entes queridos fazem falta.
Germano conhece a dor de perto, o irmão desapareceu na ditadura militar argentina. Essa foi a motivação que o levou, anos depois, a fotografar os parentes dos desaparecidos. Uma amostra apenas com famílias argentinas foi o ponto de partida para retratar o drama de milhares de brasileiros. “Esta exposição tem uma gênese que atravessa toda a minha vida. Sou um instrumento para mostrar o que as famílias da América Latina querem falar, que é a presença da ausência”.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, participou do evento e criticou a falta de respostas do país sobre o passado do seu povo. “Esta exposição revela o limite que a democracia ainda tem no Brasil, o quanto temos que avançar, dar respostas diante do que a ditadura fez. Essas famílias merecem a verdade, saber o que ocorreu com as pessoas que eram jovens, idealistas e que acreditavam no Brasil”.
A exposição fica no Museu Nacional da República até o dia 30 de setembro.
Fonte – Estado de Minas