Luta encabeçada pelo alagoano vítima do regime militar continua viva
Ontem foi uma data marcante para o Estado de Alagoas – apesar de desconhecida da grande maioria da população -, pois simboliza a continuação de uma luta travada ainda na época do regime militar. Há 40 anos, era assassinado, provavelmente em Recife, Manoel Lisboa, um dos líderes alagoanos que deram a vida pela democracia brasileira.
“Ele [Manoel Lisboa] é um herói por sua vitória política e histórica e nos serve de inspiração”, declarou o diretor estadual do Partido Comunista Revolucionário (PCR), Magno Francisco – partido fundado por Lisboa, durante a ditadura.
Simpatizantes da luta de Lisboa prestam homenagem ao alagoano ilustre. A vereadora por Maceió, Heloísa Helena (PSol), preparou para hoje um pronunciamento na Câmara Municipal de Maceió para lembrar os 40 anos da morte de Lisboa.
A mesma homenagem promete o deputado federal, Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), na Câmara Federal, em Brasília. Ontem, a homenagem foi do deputado estadual Judson Cabral (PT), na Assembleia Legislativa Estadual. Na próxima sexta-feira, a direção estadual do PCR prepara um ato, no Centro de Maceió, para lembrar seu idealizador e grande ícone.
Além de continuar a luta iniciada por Lisboa, o PCR luta para que os torturadores e assassinos de Lisboa, bem como de todos os que foram vítimas da ditadura sejam punidos.
Novas lutas
Magno Francisco afirmou que as indenizações às famílias e também aos sobreviventes, assim como a criação das Comissões da Verdade foram um avanço de grande importância, porém é necessário punir os torturadores.
“Vamos lutar para que as novas gerações, sobretudo os jovens, conheçam um pouco da luta do nosso herói, para que a história não se repita”, ressaltou o líder do PCR, em Alagoas, acrescentando que o partido luta ainda pela abertura dos arquivos secretos do regime militar, que ainda seguem vetados.
O alagoano Manoel Lisboa foi perseguido, torturado e morto pela ditadura militar brasileira, em 1973. Seus restos mortais só foram localizados quase 30 anos depois e há 10 anos, seus familiares puderam enfim, sepultá-lo com dignidade.
Fonte – Tribuna Hoje