Nos bastidores foi citado o nome do o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, falecido em 2007. O ex-parlamentar e ex-prefeito da capital baiana Marcelo Duarte, cassado quando exercia a função pelo MDB, em 1969, e a sua esposa Amália Duarte contaram os encalços sofridos durante a ditadura.
Ele teve seus direitos políticos suspenso pelo Ato Inconstitucional Nº 5 (AI-5) e anistiado em 1979. Duarte, que é pai do secretário estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, ressaltou que a Comissão tenta reparar erros. “Resgatar essa história pela comissão da verdade representa a restauração das injustiças, ou seja, evitar que as injustiças prosperem. Agora estão tirando da história os erros que aqueles procedimentos truculentos nos inseriram”, disse nessa quarta-feira (11/9) no Parlamento onde atuou.
Depoimentos serão documentados
Amália relatou que a família ficou no “ostracismo completo e absoluto” com a perda do mandato do marido. “Quando eu telefonei para o presidente da Assembleia, na época, pra dizer que Marcelo havia sido preso, ele disse que não tinha nada a ver com isso, porque ele não havia sido preso na Assembleia”, contou. A filha do casal, Lucilia Duarte, lembrou que, em um engano, o seu avô chegou a ser levado para o camburão. Nestor Duarte também frisou a importância de se reconstituir os fatos. “Foi um período extremamente duro porque meu pai não fez nada, estava ali defendendo um mandato, professor de direito, intelectual, de tradição familiar política e de uma hora pra outra vai preso como se fosse um bandido”.
O presidente da comissão especial, deputado Marcelino Galo (PT), autor do projeto de resolução que pede a devolução dos mandatos, gravou os depoimentos e disse que será formulado um documento para auxiliar outras comissões a trazer de volta a verdadeira história. “A intenção é cumprir um cronograma de acordo com a disponibilidade dos envolvidos, neste caso dos quatro ex-deputados cassados que estão vivos e familiares de nove que faleceram para terem esse reconhecimento da sociedade”, afirmou o petista.
Dos 13 deputados que perderam mandatos na época da ditadura, outros três estão vivos: Sebastião Augusto de Souza Nery, Wilton Valença da Silva e Luiz Leal. Familiares dos nove que já faleceram também serão convocados.
Fonte – Tribunal da Bahia