Luis Leal, que terá seu mandato restituído simbolicamente, em março de 2014, contou mais detalhes sobre o período. “Na véspera da votação, os vereadores foram chamados ao Quartel General. O informe era claro; os militares queriam o impeachment de Virgildásio Senna, e quem votasse contra seria preso”, conta o ex-parlamentar, que ao lado de Luiz Sampaio, líder do governo na época, não seguiu a orientação dos militares.
“O impeachment do prefeito Virgildásio Sena era imoral, ilegal e indecente. Não dava para aceitar aquela imposição e dormir de consciência tranquila. Votei contra e a galeria da Câmara de Vereadores ficou surpresa. Não fui preso graças à intervenção do vereador Ebert de Castro, que presidia a sessão e levou a resolução até o quartel. A prisão foi substituída por depoimento”. Na época, o então governador Antonio Balbino chegou a informar a Leal sobre os perigos que corria por conta de seu posicionamento tido como “subversivo” pelos militares.
Devolução dos mandatos
A devolução acontecerá em março de 2014, quando será comemorado os 50 anos do fim da ditadura militar. A Lei da Anistia, aprovada em 1979, e que dá o perdão aos torturadores e criminosos da época é o empecilho para condenar os envolvidos.
O deputado estadual Álvaro Gomes (PCdoB), que também participou da sessão, reforçou a importância da devolução dos mandatos para a democracia do país. “Esse momento é importante para reescrevermos a história do nosso país, de forma verídica e democrática. A devolução dos mandatos é a forma mais justa de devolvermos a dignidade às essas pessoas que foram cassados de forma criminosa”.
Fonte – Vermelho