Documentos revelam mais detalhes sobre prisão e morte de Rubens Paiva

O Jornal Nacional mostrou que era falsa a história oficial do desparecimento. Comissão Estadual da Verdade quer descobrir onde foi enterrado o corpo dele.

Documentos revelados nesta sexta-feira (7) trazem mais detalhes sobre a prisão e a morte, em 1971, do deputado cassado Rubens Paiva. Nesta quinta (6), o Jornal Nacional mostrou que era falsa a história oficial mantida há mais de 40 anos sobre o desparecimento dele. Mas uma pergunta importante ainda está sem resposta.

O próximo objetivo da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro é descobrir onde foi enterrado o corpo de Rubens Paiva. Dois militares que atuavam no DOI-Codi e que ainda estão vivo são considerados peças-chave para essa descoberta: o então major José Antônio Nogueira Belham e Armando Avólio Filho, que na época era tenente.

Eles foram citados no depoimento do coronel reformado Raymundo Ronaldo Campos, que provocou a maior reviravolta até hoje nas investigações do caso. A versão apresentado nega a história oficial de que Rubens Paiva fugiu.

Segundo o coronel Ronaldo, naquele dia, em janeiro de 71, três militares levaram o carro do DOI-Codi até o Alto da Boa Vista. Numa curva, encostaram ao meio fio e dispararam vários tiros, no carro e para os lados. Por fim, atearam fogo no tanque de gasolina e deixaram o carro queimar.

O depoimento  divulgado nesta quinta joga uma nova luz sobre documentos antigos, que agora reunidos comprovam a prisão de Rubens Paiva e reforçam a montagem da farsa.

Pela primeira vez, um documento das próprias Forças Armadas mostra que Rubens Paiva esteve detido nas dependências da Aeronáutica, antes de ser levado para o DOI-Codi. O presidente da comissão criticou o silêncio do Exército diante da revelação de que a fuga de Rubens Paiva foi forjada.

“São as regras da democracia, as regras da moralidade administrativa, as regras do princípio de publicidade. Todos eles estampados na nossa Constituição obrigam que o Exército brasileiro venha a público dizer efetivamente o que aconteceu, manifestar a sua opinião sobre o depoimento do coronel Raymundo”, declarou Wadih Damous, presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro.

 

O Exército voltou a afirmar que não comenta assuntos relacionados à Comissão da Verdade.

 

Fonte – Jornal Nacional

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