Confirmada identidade dos restos mortais de Alex Xavier

Exame de DNA concluiu que são mesmo do guerrilheiro Alex de Paula Xavier Pereira (1949-1972) os restos mortais enterrados no cemitério de Inhaúma, na zona norte carioca. Alex foi morto por agentes da ditadura em São Paulo, no dia 20 de janeiro de 1972. O militante integrava a Ação Libertadora Nacional (ALN), maior organização de combate ao regime instaurado em 1964.

 

 

Peritos da Comissão Nacional da Verdade apontaram em 2014 numerosos indícios de que ele foi executado (leia aqui post do blog).

Iara Xavier Pereira (ao centro) acompanha exumação – 9.abril.2013/Foto Tâna Rêgo/ABr

 

Em abril do ano passado, a ossada de Alex foi exumada no Rio, a pedido da família, do Ministério Público Federal e da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculada à Secretaria dos Direitos Humanos (assista a reportagem da TV Brasil; e leia matéria do jornal “O Globo”).

Havia sido transferida para lá por parentes do guerrilheiro, em 1980. Passara muito tempo desaparecida, até ser encontrada no cemitério paulistano Dom Bosco, em Perus, onde fora enterrada em nome de João Maria de Freitas, embora seus matadores, do DOI (Destacamento de Operações de Informações) do II Exército, soubessem muito bem de quem se tratava.

A família supunha que os restos pudessem ser de Alex, mas jamais teve certeza _o Estado, a quem cabia identificar o morto, tentara ocultá-lo com nome falso.

O exame foi feito por técnicos da Polícia Federal, comparando os DNAs de Alex e de sua mãe, Zilda Paula Xavier Pereira, 88, um dos principais dirigentes da ALN nos anos 1960.

Iara Xavier Pereira, irmã do guerrilheiro, afirmou em comunicado: “Há 40 anos os restos mortais de Alex, sepultado com nome falso no cemitério Dom Bosco, Perus, foram localizados por sua tia Irene Paula. Foi o início de uma longa jornada pela recuperação dos restos mortais e sua identificação. Nos últimos anos, essa jornada contou com a participação do Ministério Público Federal, com atuação destacada do procurador da República Sérgio Suiama, da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, e com o apoio da ministra Maria do Rosário, que solicitou à Polícia Federal a realização de novos exames. Salve a luta dos familiares, salve Irene Silva!”.

 

 

Fonte – Rede Democrática

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