O relatório parcial da CVN, ao qual a reportagem teve acesso, indica que os documentos apontam registros do diretor do presídio; da quantidade de presos em um período específico; das procedências das prisões, como o Centro de Armamento da Marinha. Tem registros também da Secretaria de Justiça da Guanabara, do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) da Guanabara e do Rio de Janeiro e da Polícia Militar.
“A gente chegou a um documento feito pelo Dops que confirma que o Caio Martins era uma prisão com quase 400 pessoas presas. Confirma nomes de pessoas ligadas institucionalmente ao Caio Martins, quem eram o diretor e o comissário”, disse o pesquisador da CVN, o historiador Gabriel Cerqueira.
O pesquisador informou ainda que os documentos fazem parte dos acervos do Arquivo PúblicoEstadual do Rio de Janeiro (Aperj). Segundo ele, o Caio Martins começou a ser usado na época porque as prisões do estado ficaram lotadas. Além de localde detenção, o ginásio passou a funcionar como centro de triagem de presos.
“Alocaram uma série de presos ali, e a partir de lá iam puxando para fazer os interrogatórios no Dops e em outros locais. A documentação sugere que as pessoas começaram a ser levadas para lá logo depois do golpe. Depois de 50 dias de prisão, o diretor começava a sugerir a liberação, pedindo ao diretor do Dops e ao secretário de Segurança, com base na lista dos que podiam ser liberados”, disse.
O coordenador executivo da CVN, Renato Almada, contou que a pesquisa da comissão levou seis meses, e agora ela será intensificada em locais onde ocorreram tortura em Niterói, entre eles, o Dops e a Fortaleza de Santa Cruz, que pertence ao Exército.
Fonte – Diário de Pernambuco