A CEV-BA, criada em dezembro de 2012, por meio do Decreto Estadual 14.227, já ouviu 43 pessoas vítimas do regime militar, em Salvador e Feira de Santana, e recebeu cerca de 600 documentos que comprovam violações aos direitos humanos.
O paranaense José Carlos Zanetti, militante da Ação Popular (AP), chegou à Bahia em 1970, para escapar da repressão. Foi preso na estrada no dia 5 de maio de 1971, quando vinha de Feira de Santana trazendo material para uma reunião em Cabuçu, no Recôncavo.
Zanetti ficou preso durante dois anos e meio. Primeiro, foi levado para o Forte do Barbalho, onde permeneceu três meses numa solitária, e depois para o Quartel dos Fuzileiros Navais, em Salvador, onde ficou mais cinco meses, também numa solitária. Depois foi julgado e condenado a três anos de reclusão e teve os direitos políticos cassados por dez anos.
Ficou preso na Galeria F da Penitenciária Lemos Brito. Atualmente José Carlos é assessor de Projetos da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).
Vinculada ao gabinete do governador, a Comissão Estadual da Verdade – Bahia tem o objetivo de apurar e esclarecer violações aos direitos humanos cometidas por agentes públicos entre os anos de 1946 e 1988, principalmente as violações ocorridas durante a ditadura militar, de 1964 a 1985.
A CEV-BA tem dois anos para apresentar um relatório que permita à sociedade baiana conhecer detalhes dos casos de opressão e violação aos direitos humanos ocorridos na Bahia ou com baianos fora do estado.
Fonte – Tribuna da Bahia